segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

International Pop Overthrow Vol. 10!


É de se admirar que um projeto independente como International Pop Overthrow chegue aos 10 anos de existência. Não pela dedicação, paixão e perseverança de seu idealizador David Bash, mas por se tratar de um festival de música que visa apenas à exposição, o suporte, o apoio à bandas iniciantes ou independentes. A meta aqui não é fazer dinheiro ou procurar parceiros comerciais. É trazer à tona as centenas de bandas do pop underground que não têm chance em grandes gravadoras ou emissoras de rádio influentes.
O IPO, que começou em Los Angeles, já chega a mais de uma dezena de cidades (até fora dos Estados Unidos). Em 2008 o festival chegará a Atlanta, Chapel Hill, Chicago, Minneapolis, Liverpool (Inglaterra), LA, São Francisco, Seattle, Vancouver (Canadá), Boston, NY e Toronto (Canadá). Normalmente são mais de 100 bandas se apresentando em quase uma semana de evento.

E para dar suporte à divulgação, Bash lança todo ano, pela Not Lame Recording, a coletânea, hoje tripla, com as bandas que (quase sempre) tocarão/tocaram no festival.
O CD do IPO 10 traz 66 bandas entre algumas já conhecidas na cena e outras meras desconhecidas.

O Orchid Highway tem a honra de abrir a compilação com a energética e melódica “Medicine Tree”. Os ingleses do Farrah celebram seu power pop mais pop do que
power com a colante “Do You Ever Think Of Me”. O menino prodígio de LA Evan Hillhouse contribui com sua climática “Can’t Stop Saying Yes”. Batida de valsa com sonoridade country vêm mesclados em “Monica” de Carolyn Edwards. Do Japão o Strange Fruits mostra com "Little Bird" que os nipônicos são bons de melodia. O Zerostars cativa nos acordes de “The Good Can’t Escape”. A gaita esperta de Avi Vinocour faz a cama para o folk animado de “New York”. As já conhecidas rainhas do power pop Nushu arregaçam com “Spill”. O interessante pop eletrônico(?) do Admiral Twin em “Renegade Planet”. O pop rock do Lava Province em “Back Here Again” e do Cyclones... em “Friends Like Me?”. E a pílula pop de 45 segundos do Stuporhero “5 O’Clock Mad Dash” fechando o disco 1.

Mais 22 bandas para o segundo disco, com abertura de Kelly & Kimberley (o “Kelly” é Bob Kelly da banda inglesa Kelly’s Heels”) e o power pop que homenageia a Not Lame “moc.emalton” –notlame.com ao contrário, por supuesto. Os também britânicos do The Afternoons, distorcem o baixo, metem um teclado espacial e capricham na melodia de “Neidia Mewn I’r Dwr”. Mais pops compromissados com o bom refrão: “Cover Up The Sun” com os The Dirty Royals e “Picture” com o All Day Sucker. Mesmo David Bash não gostando de rotular o IPO – tanto CD como o festival – de power pop, convenhamos, tem um monte dele aqui... como prova a canção já clássica do Leave “Any Other Way”. A alta voltagem punk pop do Blackout dá curto e deixa a cidade às escuras com “Fake Superiority”. Morten Ritcher colabora com seu pop desleixado e gracioso em “Pop-up Window”. Despretenção pop e riff sagaz em “Nowhere To Be Now” de Keith Betti. O baterista da banda de Brian Wilson Nelson Bragg traz a bela acústica ao violão “Turn The Darkness Into Gold” para o encerramento do disco 2.

A maratona continua e mais 22 bandas te esperam. Com um melodicismo a se destacar, estranha-se o refrão de “Garden Of Weeds” do The Shamus Twins. Mas não a já comentada maestria pop do garoto Blake Collins e sua ótima “Time Goes By”. Peso e melodia na medida perfeita em “World Left Behind” do The Rulers. A voz feminina de Jenny Wolfe & The Pack cativa em “You Look Good Walking Away”. Chris Brown, também já comentado nestas páginas, traz sua harmônica “Right Time”. “Just Enough” prova a capacidade do cantor-compositor canadense Dave Stephens em talhar pérolas pop ao piano. Butch Young, que também figurou há pouco tempo aqui no Power Pop Station, vem com sua faixa campeã, cheia de 'pa-pa-pas' e melodia sedutora em “One Foot In”. Os veterenos do Tearaways vêm com “Just Like Rain” mantendo a velha forma em preparar boas canções. Nosso amigo Jeremy comparece aqui com “Come On Over”, com pegada rascante pouco peculiar ao seu som, mas sem esquecer que as melodias continuam macias. Bob Kelly, o mestre das melodias sixties, reaparece só que agora com o Kelly’s Heels para aquecer corações com “O-Jayne”. O sumido Twenty Cent Crush aparece com a candidata a hit “I Can Barely Stand It”. Outro campeão do power pop nos brinda com a sua sensacional e ganchuda “Seashells” The Well Wishers. A única faixa ao vivo da coletânea é “Mama Thought You Have Whrere A Nice Girl” do The Trend. Fecha a coletânea o The Vandalays, com provavelmente sua melhor música “Fairy Tale”.



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