Quem ainda pára pra ver um pôr-de-sol outonal? E o prazer infantil em pisar tapetes de folhas secas no chão. Alguém ainda sente? Ou encontrar nuvens com formas de animais, alguém consegue? Talvez fosse natural todos estarem abertos às sensações mais ingênuas e puras, mas a verdade da vida é que os anos tratam de endurecer os corações. A pergunta aqui, então é, se melodias ternas e contagiantes, carregadas de boas sensações, servem para amaciar almas insensíveis ou apenas podem ser percebidas pelos ainda sensíveis. De todas as formas, é de se admirar que um artista como o escocês Ally Kerr permaneça um semi desconhecido; e de se louvar que existam músicos com tal sensibilidade melódica – então dizemos amém: o espírito humano pode ter salvação.
Off The Radar, segundo álbum de Kerr, é uma pequena e rara coleção de gemas pop – translúcidas e frágeis como cristal. Podem te trazer a luz de um sol de inverno; ou te levar a um fim de tarde chuvoso... mas, sempre impregnadas de imaculada beleza.
Kerr mostra força autoral em canções emocionais e letras inspiradas. Belle and Sebastian transparece como referência sonora, que também passa por Simon & Garfunkel e algo de Big Star/Chris Bell.
O primeiro single de Off The Radar, “Could Have Been A Contender”, abre o disco apresentando a voz macia e agradável de Kerr e provavelmente a faixa mais B&S do álbum. Segue a placidez melancólica de “Be The One” e o doce contágio de “I Think I’m Bleeding”. A belíssima balada “The Toothbrush Song” não arranca lágrimas e sim um leve sorriso de satisfação. Pegada na empolgante faixa-título e melodia perfeita na macia “Old Friend”; e Off The Radar vai cativando com doses maciças de ganchos pop, violões, pianos, banjos, teclados - tudo direcionado a emocionar.
“Será muito tarde para trabalhar na NASA?.../ Eu quero olhar a Terra lá embaixo/ Eu quero envolver a Lua com meus braços/ Porque tudo que eu queira era ter dito três palavras pra você” diz a letra da canção mais triste e bonita do disco “Is It Too Late To Work For NASA?”. Que contrasta com a perfeição pop da ensolarada "Mystery Star" (“Minha estrela misteriosa era um satélite mentiroso” canta a ironia do refrão).
Provavelmente se você leu estas linhas até o fim, é porque está preparado para Ally Kerr. Mas, se ainda acha que Off The Radar pode não ser pra você, da próxima vez que o sol pintar o céu de laranja e lilás, estacione o carro e pare pra olhar.
www.allykerr.com
www.myspace.com/allykerr
Off The Radar, segundo álbum de Kerr, é uma pequena e rara coleção de gemas pop – translúcidas e frágeis como cristal. Podem te trazer a luz de um sol de inverno; ou te levar a um fim de tarde chuvoso... mas, sempre impregnadas de imaculada beleza.
Kerr mostra força autoral em canções emocionais e letras inspiradas. Belle and Sebastian transparece como referência sonora, que também passa por Simon & Garfunkel e algo de Big Star/Chris Bell.
O primeiro single de Off The Radar, “Could Have Been A Contender”, abre o disco apresentando a voz macia e agradável de Kerr e provavelmente a faixa mais B&S do álbum. Segue a placidez melancólica de “Be The One” e o doce contágio de “I Think I’m Bleeding”. A belíssima balada “The Toothbrush Song” não arranca lágrimas e sim um leve sorriso de satisfação. Pegada na empolgante faixa-título e melodia perfeita na macia “Old Friend”; e Off The Radar vai cativando com doses maciças de ganchos pop, violões, pianos, banjos, teclados - tudo direcionado a emocionar.
“Será muito tarde para trabalhar na NASA?.../ Eu quero olhar a Terra lá embaixo/ Eu quero envolver a Lua com meus braços/ Porque tudo que eu queira era ter dito três palavras pra você” diz a letra da canção mais triste e bonita do disco “Is It Too Late To Work For NASA?”. Que contrasta com a perfeição pop da ensolarada "Mystery Star" (“Minha estrela misteriosa era um satélite mentiroso” canta a ironia do refrão).
Provavelmente se você leu estas linhas até o fim, é porque está preparado para Ally Kerr. Mas, se ainda acha que Off The Radar pode não ser pra você, da próxima vez que o sol pintar o céu de laranja e lilás, estacione o carro e pare pra olhar.
www.allykerr.com
www.myspace.com/allykerr
Disco pra entrar no meu top dos melhores de 2008...parabéns pelo belo texto, realmente há no disco algumas canções tão bonitas de dar vontade de chorar (coisa que só acontece comigo quando ouço Pet Sounds, Beatles, Elliott Smith...). Além do B&S, uma outra referência surgiu de cara pra mim(talvez porque eu escute muito): Mojave 3. Principalmente nas passagens mais plácidas do disco...e até a voz do Ally Kerr lembra a de Neil Halstead.
ResponderExcluirEm breve posto um comentário sobre o disco do Adrian Bourgeois.
Legal q vc gostou, Daniel -do disco e do texto! - o próprio Ally Kerr me lisonjeou chamando o texto de 'lovely' :)
ResponderExcluirAssino embaixo...
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