segunda-feira, 21 de julho de 2008

"Eleven Modern Antiquities": PUGWASH!

O título do quarto álbum do Pugwash consegue sintetizar todo o espírito de uma vertente musical: “Onze Antiguidades Modernas”. O pop produzido pela nova geração (incluído aí o power pop) e inspirado pelos baluartes dos anos 60/70, se encaixa perfeitamente na definição ‘antiguidades modernas’. A lucidez e percepção acuradas do irlandês líder do grupo Tomas Walsh, vai além e mexe também com as sensações. Walsh oferece suas onze canções como uma espécie de remédio para a alma – a fonte da juventude; na capa do disco aparece um frasco de “Rejuvenescedor do doutor Pugwash”, e na contra-capa, uma cartela de comprimidos indicados especialmente para... rejuvenescer.

Eleven Modern Antiquities atesta o prestígio de Walsh, nas colaborações: Jason Falkner, Nelson Bragg, Eric Matthews, Michael Penn e Dave Gregory (XTC). Além da co-autoria de duas canções com Andy Partridge, líder do primordial XTC. O resultado se reflete em canções refinadas, de alto teor pop, mas alta maturidade instrumental, com ecos de Beatles, Beach Boys, ELO e do próprio XTC, costurados pela marca autoral de Walsh (que ainda divide a célula da banda com Johnny Boyle e Keith Farell).

O single de trabalho “Take Me Away” abre o disco na levada do baixo sinuoso de Farell, climatizado aos sons de Hammonds e da voz amigável de Tomas, até chegar a uma rápida e magnífica intervenção de pa-pa-pas à la Beach Boys. Harpas e violinos dão o tom da plácida “Cluster Bomb”, e o piano emocional, crescendo na bela melodia e orquestração, vai de Paul McCartney a Electric Light Orchestra com maestria em “Here”. Vocoder, baixo distorcido, sintetizadores e refrão empolgante mostram a versatilidade de Walsh em “It’s So Fine”. Balada guiada pelo violão e recheada de filigranas instrumentais - com Mellotron, piano Rhodes e cello - é a singela “Song For You”.

Aqui já fica clara a categoria de Tomas Walsh em modernizar o passado, imprimindo personalidade e visão pessoal a um estilo de som que virou estado de espírito. Como bem revelado nas belas “My Genius” e “Limerance”. O pop perfeito do álbum, que soa como uma fusão espetacular de Beatles e Beach Bosys, chama-se “Your Friend”. Segue a climática e flutuante instrumental “The Cannon And The Bell”. “At The Sea” vem cheia de ritmos, passagens, detalhes instrumentais, traço inequívovo da presença de Andy Partridge na composição. Encerra o álbum o pop orquestral “Landsome Valley”, atestando que a fórmula do “Rejuvenator” de Walsh não é Tabajara.

www.pugwashtheband.com
www.myspace.com/pugwalsh
www.myspace.com/11modernantiquities
www.myspace.com/pugwashthomas

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