segunda-feira, 3 de agosto de 2009

"Desayuno de Campeones": RUBIN Y LOS SUBTITULADOS!

Sempre estamos disponíveis para admirar os feitos de nossos heróis do passado. E sempre paramos para medir o grau de frustração por não termos feito parte de determinadas épocas, que consideramos, utopicamente, mais afeitas às nossas convicções ou fantasias. Mas a verdade é que estamos aqui e agora dividindo nossa realidade, nosso tempo e nosso planeta com nossos contemporâneos, que também, muitas vezes, têm os mesmos heróis de outros tempos. E que trazem para o presente as influências modernizadas de anos que já se foram.

Então, agora, também estaremos orgulhosos de nossos companheiros de viagem, aqueles que podem sentir o calor do mesmo sol ou uivar para a luz prata da mesma lua. Assim chegamos ao cantor compositor argentino de Buenos Aires – nosso vizinho, por supuesto – Sebastian Rubin, ex-líder do sensacional Grand Prix e que chega ao segundo álbum solo com este Desayuno de Campeones. Carregando em si uma mar de expectativas por ter a árdua tarefa de ser o sucessor do estupendo EsperandoEl Fin Del Mundo.

Mas Rubin não é do tipo que se acanha frente às próprias vitórias passadas e segue disposto a adicionar elementos e descobertas ao seu imenso talento. Contando para isso com os Subtitulados (Manuloop, Juampi Mandelman, Martín López e Cristian Basualdo) que fazem a base para que possa destilar suas inspiradas canções pop – onde Beatles, Elvis Costello e Teenage Fanclub são referências cristalinas. Sebastian, como nós, também admira os feitos de seus heróis do passado e titulou seu disco como o nome de um livro de Kurt Vonnegut (escritor americano morto em 2007).

Desayuno de Campeones (Café da Manhã dos Campeões) segue alinhavando as características conflitantes e complementares da música de Rubin: uma canção de melodia doce pode cantar a frustração e o desamor; uma balada pode ser ácida e carregada de ironia; ou um petardo rocker pode ser uma carta macia de amor. De todas as formas, os temas se submetem à melodia, que é o ponto fundamental na composição do argentino. Se deixar invadir pela inspiração melódica para então saber o que aquela canção vai ser capaz de contar.

E assim abre o disco “Quien Debo Ser Esta Vez”, uma das mais potentes e empolgantes canções power pop do ano: guitarras afiadas, melodia colante e emocional, órgão climatizando, coros vocais celestiais e a pergunta de como se reinventar para que um relacionamento siga em frente. “El Dia Que Nunca Termina” traz riff envolvente e “El Rey De La Ansiedad” revela um insone flutuando em ambiências sixties. “Falling In Love With Myself” vem na batida country-folk, cantando em inglês a confissão de amar a alguém que só sabe se amar.

“Lo Que Ves Es Lo Que Hay” começa com Rubin ao piano com som de cravo e segue orquestrada com cordas - nesta que é a primeira canção com vídeo clip do álbum. O desejo de estar longe da cidade e perto de uma vida natural é musicado pela belíssima “Los Encerraditos”, indo da batida ao piano de música americana à perfeição melódica dos Beatles – passando pelas harmonias vocais beach boyneanas. E a voz agradável de Rubin nos convida e escapar e a mostrar que no fim tudo dá certo na macia “Avenida Del Mar”.

A voluntariosa “Nada” agita na batida cativante e a linda versão para a pérola de Robyn Hitchcock “Flash Number One (Beatle Dennis)” emociona. Neste ponto já fica claro o cuidado na produção e nos arranjos do álbum, no uso de diversos instrumentos vintage para dar o clima que todo power popper sonha, como nas seguintes “Aparecer” e “Menos Es Mas”. Fecha o disco a balada acústica “Quiero Que Me Vengas A Buscar”, que do meio para o fim encerra uma apoteótica explosão de guitarras. E, que agora, nos encontra disponíveis a admirar um contemporâneo chamado Sebastian Rubin, que utiliza sua sensibilidade melódica para oferecer canções que transformam nosso presente num tempo melhor para se viver.

www.rubinlandia.com.ar
www.myspace.com/rubinlandia

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