Quando o astro-rei brilha na Terra do Sol Nascente, nunca brilha ao mesmo tempo aqui. Um desencontro que sempre foi e sempre será. Mas o homem é mestre em subverter ordens naturais – mesmo que muitas vezes pela sua capacidade de imaginação e fantasia. Então, não há problema em que o sol que ilumina o Japão passe a nos banhar aqui, como se a Terra fosse plana como uma folha de papel. Mesmo que esse fenômeno sobrenatural dure apenas os 42 minutos de Roommate.
Projeto solo do baixista do Brokespace Koyo Fukamizu, o Totos reúne membros de outros grupos japoneses e nos oferece um dos melhores álbuns de power pop da história do país asiático. Lançado em 2008 – e criminosamente fora da lista Top 100 Álbuns do Power Pop Station – Roommate é o primeiro álbum do grupo e vem para confirmar a aptidão japonesa na criação de melodias bubblegum de contágio imediato.
Não é a toa que o power pop tem certa popularidade no Japão: as belas melodias são ali apreciadas como iguaria fina e já se tornaram ingrediente obrigatório da receita de qualquer bom pop japonês. E quando a sensibilidade oriental cruza com a objetividade ocidental; ou a pureza melódica do lado de lá encontra com a energia instrumental do lado de cá, só podia dar nisso: o power pop perfeito.
“1,2,3” abre a contagem das 15 faixas de Roommate, com uma guitarra guinchando e a melodia perfeita, à la Teenage Fanclub, convidando todo mundo a contar (e cantar) junto – em um inglês pra lá de nipônico. Em “From Now” não vai interessar se é dia ou noite, pois os ganchos melódicos, as harmonizações vocais e as guitarras afiadas vão te trazer o sol onde você estiver. E te envolver numa ambiência “eterna enquanto durar” de bem-estar e diversão.
O vocal angelical da guitarrista U-co Sekido embeleza e confere ingenuidade à adorável “Film”. De mansinho e doce chega “Tears No Reply”, para em seguida explodir no refrão ultracolante e emocional, daqueles com progressões de acordes para deixar qualquer power popper sem chances de defesa.. Toques de bateria eletrônica e baixo forte para “Natural Water” e batida e metais cativantes em “Sweet Dream”. U-co volta com voz de gueixa – cantando em japonês – na macia “Good Night”.
Em “What Did You Say” Koyo mistura palavras na língua nativa e em inglês. O que não importa muito porque o refrão é só sensacional – tipo Teenage Fanclub era Bandwagonesque - e você vai cantar, querendo ou não. “For You” é uma vinheta de 35 segundos com um baixo que faz até pedra se mexer. “P.S I Love You” é um pop experimental eletrônico no melhor estilo do conterrâneo Cornelius. “You Disappointed Me” é composição de Duglas T. Stewart, do BMX Bandits, que também fez a arte gráfica do CD.
Um ideograma representa o título da faixa doze, que soa como uma bela canção de ninar japinhas. Inglês e japonês para a canção que é praticamente um refrão memorável “Thank You For Goodbye”. A bonita balada “Ticket” confirma Koyo como um artesão das melodias colantes e “Set Me Free” encerra com um dueto Koyo-Uco em clima grandioso com orquestração sem quebrar o ambiente de romance.
Roommate deveria ser prescrito como remédio para casos de depressão leve, aguda ou crônica. Seus princípios ativos provavelmente também fariam bem a quem sofre do coração. Mas, o que intrigaria cientistas a valer, é como consegue levar o sol a pontos opostos do planeta. Ao mesmo tempo.
www.totos.jp
www.myspace.com/totosjp
Projeto solo do baixista do Brokespace Koyo Fukamizu, o Totos reúne membros de outros grupos japoneses e nos oferece um dos melhores álbuns de power pop da história do país asiático. Lançado em 2008 – e criminosamente fora da lista Top 100 Álbuns do Power Pop Station – Roommate é o primeiro álbum do grupo e vem para confirmar a aptidão japonesa na criação de melodias bubblegum de contágio imediato.
Não é a toa que o power pop tem certa popularidade no Japão: as belas melodias são ali apreciadas como iguaria fina e já se tornaram ingrediente obrigatório da receita de qualquer bom pop japonês. E quando a sensibilidade oriental cruza com a objetividade ocidental; ou a pureza melódica do lado de lá encontra com a energia instrumental do lado de cá, só podia dar nisso: o power pop perfeito.
“1,2,3” abre a contagem das 15 faixas de Roommate, com uma guitarra guinchando e a melodia perfeita, à la Teenage Fanclub, convidando todo mundo a contar (e cantar) junto – em um inglês pra lá de nipônico. Em “From Now” não vai interessar se é dia ou noite, pois os ganchos melódicos, as harmonizações vocais e as guitarras afiadas vão te trazer o sol onde você estiver. E te envolver numa ambiência “eterna enquanto durar” de bem-estar e diversão.
O vocal angelical da guitarrista U-co Sekido embeleza e confere ingenuidade à adorável “Film”. De mansinho e doce chega “Tears No Reply”, para em seguida explodir no refrão ultracolante e emocional, daqueles com progressões de acordes para deixar qualquer power popper sem chances de defesa.. Toques de bateria eletrônica e baixo forte para “Natural Water” e batida e metais cativantes em “Sweet Dream”. U-co volta com voz de gueixa – cantando em japonês – na macia “Good Night”.
Em “What Did You Say” Koyo mistura palavras na língua nativa e em inglês. O que não importa muito porque o refrão é só sensacional – tipo Teenage Fanclub era Bandwagonesque - e você vai cantar, querendo ou não. “For You” é uma vinheta de 35 segundos com um baixo que faz até pedra se mexer. “P.S I Love You” é um pop experimental eletrônico no melhor estilo do conterrâneo Cornelius. “You Disappointed Me” é composição de Duglas T. Stewart, do BMX Bandits, que também fez a arte gráfica do CD.
Um ideograma representa o título da faixa doze, que soa como uma bela canção de ninar japinhas. Inglês e japonês para a canção que é praticamente um refrão memorável “Thank You For Goodbye”. A bonita balada “Ticket” confirma Koyo como um artesão das melodias colantes e “Set Me Free” encerra com um dueto Koyo-Uco em clima grandioso com orquestração sem quebrar o ambiente de romance.
Roommate deveria ser prescrito como remédio para casos de depressão leve, aguda ou crônica. Seus princípios ativos provavelmente também fariam bem a quem sofre do coração. Mas, o que intrigaria cientistas a valer, é como consegue levar o sol a pontos opostos do planeta. Ao mesmo tempo.
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOutro dia vi alguns videos deles no youtube. É no mínimo "engraçado" ver os japas. Eu curti alguns sons. Um que gostei mesmo foi o "Afterpilot".
ResponderExcluirReinaldo, os dois álbuns do Afterpilot já foram resenhados aqui.
ResponderExcluirSim, sim! Foi aqui mesmo que conheci a banda!
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