segunda-feira, 9 de novembro de 2009

"How To Choose A Sweethart": PETER & THE PENGUINS!

Nem o mais arguto analista de cenários futuros, nem o mais charlatão futurologista do mercado poderiam prever. Muito menos as 350 bandas que ensaiavam em porões, tocavam em night clubs e participavam sem saber – em plena Liverpool de 1962 – da criação de um estilo que mudaria, definitivamente, os rumos do rock e do pop. Ninguém foi capaz de antever que, quase cinquenta anos depois, o merseybeat continuaria influenciando gerações. O beat sobrevivendo na era dos bits e bytes.

O rio Mersey nunca banhou a Noruega, mas a batida nascida em Liverpool continua contagiando os escandinavos. How To Choose A Sweeetheart é o primeiro álbum do quarteto da cidade de Moss e revela toda paixão de Eyvind Lindberg, Rune Johnsen, Stig Joraholmen e Fredrik Hagen pelas sonoridades sessentistas. A referência básica são as bandas da invasão britânica, mas as harmonias celestiais dos Beach Boys/Brian Wilson e o brilho inconfundível das Rickenbakers, imortalizado pelos Byrds, também contribuem para a feitura das jóias do Peter & The Penguins.

E a coleção de gemas se inicia com a belíssima “Barefoot”, com suas harmonizações vocais angelicais como prece de elevação. “Sweetheart” já abre com seu refrão incrivelmente colante e memorável, um monumental hit sessentista que, na verdade, nunca esteve lá. “The Walk” contagia no jogo esperto de vocais e decide a partida no refrão auto-adesivo. A energética beatleaneana, fase iê-iê-iê, “I Want You” emenda com a cruelmente divertida “There Goes Pete Best” – que diz ser o primeiro baterista dos Beatles “o bastardo mais azarado do mundo”.

A envolvente “She Took Me By Surprise” condensa Beatles, Beach Boys e Byrds em uma só e perfeita peça. Para o baile sixtie a adorável “If You Wanna Leave Me”. Já a faiscante “Here I Go Again” é cover dos Spongetones.“There’s No Living Here Without You” soa como um clássico eterno dos Beach Boys e “We Don’t Wanna Fall In Love”, levanta defunto com seu pop ultra-ganchudo. Enquanto “That Day Will Come” encanta power poppers com suas doces harmonias vocais e progressão de acordes viciantes.

A power-ballad “Give Me A Clue” encerra How To Choose A Sweetheart, provando que a força replicadora do sixtie pop transcende, pula de ano em ano, e vence o próprio tempo. E continua a avançar em terreno hostil de mundos virtuais e paisagens digitais – enquanto o juízo final das máquinas não vem.

www.myspace.com/peterthepenguins

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