Por Daniel Arêas
Ainda perdura, por parte de um certo contingente de fãs de música, uma compreensão totalmente distorcida do que signifique o termo “pop”. Expostas durante anos ao lixo pasteurizado que impregna as rádios, para essas pessoas pop é sinônimo de um tipo de música medíocre, descartável, pré-fabricada segundo uma fórmula que visa única e exclusivamente o sucesso comercial. Seguindo essa linha de raciocínio, fazer pop torna-se menos uma questão de aptidão, talento, do que meramente de opção, esta guiada por intenções comerciais, mercadológicas.
Evidentemente isso é um grande equívoco. Fazer música pop (power ou de qualquer outro tipo) de qualidade, que torne nossos dias mais felizes, que renove nossos ânimos, que nos transmita uma sensação de bem-estar, é um dom com que pouquíssimos são agraciados. A tal “veia pop” existe, sim. Com absoluta certeza os membros da banda americana The Greenberry Woods possuíam esse dom, e seu segundo e derradeiro álbum, Big Money Item, é o 7º. disco da Série Clássicos do Power Pop Station.
A curta trajetória do Greenberry Woods é semelhante às de inúmeras outras bandas nas quais a reunião de vários talentos, paradoxalmente, se torna mais uma fonte de problemas do que de soluções. Os vocalistas/guitarristas Matt Huseman e Ira Katz formaram a banda em 1989 na Universidade de Maryland, onde se conheceram. Com o line up completado por Brandt Huseman (irmão gêmeo de Matt) no baixo e Miles Rosen na bateria, a banda mudou-se para Baltimore, e em 1993 assinaram com a Sire Records. Em 1994 foi lançado seu álbum de estréia, o clássico Rapple Dapple. Com o single “Trampoline” alcançando uma significativa execução nas rádios, àquela altura o destino do Greenberry Woods parecia não ser outro que não o sucesso.
Alguns percalços, porém, impediram que isso se concretizasse. Além das pressões da gravadora pela gravação de um imediato sucessor para Rapple Dapple, dentro da banda as relações começavam a se deteriorar, com a dedicação cada vez maior dos irmãos Huseman ao seu projeto paralelo Splitsville (através do qual, anos mais tarde, lançariam o não menos fundamental The Complete Pet Soul). Foi nesse ambiente de tensão que foi gravado o segundo e último disco da banda, Big Money Item, lançado em 1995.
Sobre Big Money Item, é suficiente dizer que se trata de uma obra-prima (power) pop. Não há outra forma de defini-lo. Não soa, nem de longe, como um disco de uma banda se desintegrando ou perdendo o foco (como seria de se esperar). Pelo contrário, captura uma banda tremendamente talentosa num momento de auge criativo, fazendo pop segundo os preceitos sagrados de alguns dos maiores expoentes do gênero, alguns clássicos (Beatles, Badfinger, Big Star, Beach Boys), outros contemporâneos (Matthew Sweet, Posies, Jellyfish).
Não é nem mesmo simples, dentre suas 18 canções, citar uma em especial, ou mesmo algumas, na medida em que não há um único ponto baixo no disco; cada uma das faixas parece ter como intenção se igualar ou mesmo superar a anterior em qualidade. Big Money Item é uma profusão de irresistíveis melodias, letras impregnadas de emoção, ganchos dos quais é melhor nem tentar se desvencilhar, lindas harmonias, poderosos refrões que o ouvinte estará assobiando ou cantarolando – mesmo sem perceber – um bom tempo depois de ouvi-los.
Em 1996 a banda se separou em definitivo, quando a Sire Records liberou-a de seu contrato. Mas a música permanece mais vívida do que nunca; uma única audição de Big Money Item é suficiente para comprovar isso. Aqueles que buscam música pop de qualidade, compreendem seu significado e sabem do seu poder transformador, encontrarão em Big Money Item um perfeito antídoto para aqueles dias difíceis que volta e meia a vida nos reserva.
Ainda perdura, por parte de um certo contingente de fãs de música, uma compreensão totalmente distorcida do que signifique o termo “pop”. Expostas durante anos ao lixo pasteurizado que impregna as rádios, para essas pessoas pop é sinônimo de um tipo de música medíocre, descartável, pré-fabricada segundo uma fórmula que visa única e exclusivamente o sucesso comercial. Seguindo essa linha de raciocínio, fazer pop torna-se menos uma questão de aptidão, talento, do que meramente de opção, esta guiada por intenções comerciais, mercadológicas.
Evidentemente isso é um grande equívoco. Fazer música pop (power ou de qualquer outro tipo) de qualidade, que torne nossos dias mais felizes, que renove nossos ânimos, que nos transmita uma sensação de bem-estar, é um dom com que pouquíssimos são agraciados. A tal “veia pop” existe, sim. Com absoluta certeza os membros da banda americana The Greenberry Woods possuíam esse dom, e seu segundo e derradeiro álbum, Big Money Item, é o 7º. disco da Série Clássicos do Power Pop Station.
A curta trajetória do Greenberry Woods é semelhante às de inúmeras outras bandas nas quais a reunião de vários talentos, paradoxalmente, se torna mais uma fonte de problemas do que de soluções. Os vocalistas/guitarristas Matt Huseman e Ira Katz formaram a banda em 1989 na Universidade de Maryland, onde se conheceram. Com o line up completado por Brandt Huseman (irmão gêmeo de Matt) no baixo e Miles Rosen na bateria, a banda mudou-se para Baltimore, e em 1993 assinaram com a Sire Records. Em 1994 foi lançado seu álbum de estréia, o clássico Rapple Dapple. Com o single “Trampoline” alcançando uma significativa execução nas rádios, àquela altura o destino do Greenberry Woods parecia não ser outro que não o sucesso.
Alguns percalços, porém, impediram que isso se concretizasse. Além das pressões da gravadora pela gravação de um imediato sucessor para Rapple Dapple, dentro da banda as relações começavam a se deteriorar, com a dedicação cada vez maior dos irmãos Huseman ao seu projeto paralelo Splitsville (através do qual, anos mais tarde, lançariam o não menos fundamental The Complete Pet Soul). Foi nesse ambiente de tensão que foi gravado o segundo e último disco da banda, Big Money Item, lançado em 1995.
Sobre Big Money Item, é suficiente dizer que se trata de uma obra-prima (power) pop. Não há outra forma de defini-lo. Não soa, nem de longe, como um disco de uma banda se desintegrando ou perdendo o foco (como seria de se esperar). Pelo contrário, captura uma banda tremendamente talentosa num momento de auge criativo, fazendo pop segundo os preceitos sagrados de alguns dos maiores expoentes do gênero, alguns clássicos (Beatles, Badfinger, Big Star, Beach Boys), outros contemporâneos (Matthew Sweet, Posies, Jellyfish).
Não é nem mesmo simples, dentre suas 18 canções, citar uma em especial, ou mesmo algumas, na medida em que não há um único ponto baixo no disco; cada uma das faixas parece ter como intenção se igualar ou mesmo superar a anterior em qualidade. Big Money Item é uma profusão de irresistíveis melodias, letras impregnadas de emoção, ganchos dos quais é melhor nem tentar se desvencilhar, lindas harmonias, poderosos refrões que o ouvinte estará assobiando ou cantarolando – mesmo sem perceber – um bom tempo depois de ouvi-los.
Em 1996 a banda se separou em definitivo, quando a Sire Records liberou-a de seu contrato. Mas a música permanece mais vívida do que nunca; uma única audição de Big Money Item é suficiente para comprovar isso. Aqueles que buscam música pop de qualidade, compreendem seu significado e sabem do seu poder transformador, encontrarão em Big Money Item um perfeito antídoto para aqueles dias difíceis que volta e meia a vida nos reserva.