sábado, 20 de outubro de 2007

"Rollo Time": ROLLO TIME!


Rótulos musicais sempre carregaram sua carga de subjetividade. E subjetivo é o power pop, mesmo em rodas de discussão entre “experts” do estilo. E um exemplo claro disso é o disco de estréia, homônimo, do Rollo Time, banda de Downers Grove, EUA, que tem sido carimbada como uma banda de “pop poderoso”. Projeto musical do cantor-compositor Jon Raleigh (o grupo conta também com Sean Black nas guitarras, Matt Sharp no baixo e Tony Gaetto na bateria) o grupo apresenta composições que desfilam o peso das guitarras afiadas do rock clássico até as melodias colantes do power pop, sem, porém, se pretender nem um nem outro.

Já na abertura do álbum, “Maintenance Free” satura nas guitarras e solta o falseto melódico no refrão até parar tudo no meio e só uma nota ao piano acompanhar a voz de Raleigh. “Float Down The River” acelera ao ritmo e convida a cantar junto até “Travel The World” dar uma meia-trava fluindo depois no chorus encorpado. “Don’t” tem uma quebra de ritmo estranha (lembrando quando Kurt Cobain acompanhava os movimentos instrumentais da música com a voz) para depois adocicar melodicamente. “Cut Me To The Quick” imprime pressão rock desaguando num belo refrão flutuante.

“Only If You Wanna”, “Be Careful” e “Digging My Garden” repetem o gosto de Raleigh em mesclar guitarras pesadas, riffs poderosos - e até algumas espetadas em solos mais invocados – com vocais agradáveis e harmonias de maciez pop. A acústica “Teach To Grow” remete às bandas de soft rock dos setenta mostrando a capacidade do Rollo Time de também tramar com delicadeza. “Moth & Butterfly” traz um ambiente épico-pop com um toque psicodélico nos vocais do refrão.

A mescla de elementos usada por Raleigh em suas canções trata de descarecterizar qualquer rótulo que se queira pregar no trabalho do Rollo Time. Rock vigoroso com guitarras afiadas e melodias pop envolventes não precisam de etiquetas; aqui, a rotulagem, fica ao gosto do freguês.

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