Estilisticamente eles se autoposicionam “onde o pop encontra o rock”. Vêm da tão fria quanto impronunciável Skelleftehamn, no norte da Suécia. Editaram cinco álbuns em 15 anos de carreira, o suficiente para o quinteto ser uma “quase instituição sueca do power pop”. Melodias pop em rota de colisão com ferozes guitarras e distorção, talvez definam, em linhas gerais, o som do Drowners.
Power Pop Station conversou com o guitarrista Leif Rehstrom, que falou sobre as influências da banda, as condições extremas do clima na terra natal, os novos rumos do mercado musical e relacionou a qualidade do power pop sueco às facilidades culturais e econômicas no seu país – fato nunca antes mencionado por um artista do estilo, mas de clara relevância e coerência.
Power Pop Station: Me parece que o nome ‘The Drowners’ foi tirado da banda de brit pop Suede. Não acho que eles tenham influenciado o som de vocês...
Leif Rehnstrom: Nós adoramos o Suede, mas eles nunca foram uma grande influência para nós. Seus três primeiros singles são incríveis!
PPS: Seu primeiro álbum, Destroyer de 1996, surpreendentemente, foi lançado no Brasil...
Leif: Sim, um pouco surpreendente. Nossa gravadora na época – A West Side Fabrication – licenciou o disco para a Velas.
PPS: Ali já se podia ouvir a herança do Bandwagonesque do Teenage Fanclub – melodias adesivas turbinadas por potente distorção. Mas também ficava clara a tradição do guitar pop sueco...
Leif: Sim, Teenage Fanclub sempre foram grandes heróis. Nós também fomos influenciados por tudo o que estava acontecendo à nossa volta na Suécia, com bandas como Popsicle, Wannadies, Eggstone, This Perfect Day e por aí vai. Mas, provavelmente, a maior influência veio da cena power pop americana, com bandas como The Posies, Matthew Sweet, Juliana Hatfield, Velvet Crush, Weezer, Lemonheads.
PPS: Falando a respeito, a que você atribui o fato de tantas grandes bandas de power pop virem da Suécia?
Leif: Nós podemos comprar bons instrumentos, temos acesso a toda a cultura pop americana e britânica, temos bom inglês, forte tradição musical, facilidade em encontrar espaços para ensaio e por aí vai.
PPS: Uma vez li uma pesquisa feita com jovens suecos onde sua maior reivindicação era “mais sol”. Como você acha que isso reflete no tipo de música jovem produzida no país?
Leif: Bem, o clima aqui é bastante extremo. Muito frio e escuro no inverno e muito ensolarado e quente no verão. Na época do Natal, nós só temos duas ou três horas de luz solar. No meio do verão o sol nunca se põe. Estou certo de que isso no afeta de alguma maneira...
PPS: Há pouco, vocês lançaram seu quinto álbum, Cease To Be. Qual a diferença básica para os outros álbuns do Drowners?
Leif: Na realidade não há grandes diferenças. Agora Magnus (Vikstrom, vocalista) compõe a maioria das canções - antes era eu – mas continuamos soando da mesma maneira. Cease To Be parece mais como um bom mix de todos os nossos discos anteriores.
Atualmente gravamos tudo nós mesmos, então, na verdade, nunca foi tão divertido.
PPS: Em termos comerciais Is There Something On Your Mind (álbum de 2000), foi seu maior sucesso?
Leif: Nos EUA, sim. Na Suécia foi World Record Player (disco de 1997).
PPS: Porque você acha que o power pop, como gênero, não consegue alcançar o mainstream?
Leif: É difícil definir o que é power pop exatamente. Para alguns é formado apenas por bandas setentistas como The Records, Big Star, Raspberries e por aí vai. Para outros é o revival noventista com bandas como Posies, Lemonheads e outras mais. Para nós é a combinação de power e pop, então nessa linha nós vemos bandas como Foo Fighters, Weezer, White Stripes, Bravery, Panic At The Disco, The Killers e muitas outras que levam o power pop para as paradas.
PPS: Quais novas bandas suecas vocês recomendam?
Leif: Peter, Bjorn And John, Lykke Li, Niccokick, Laakso
PPS: E quais bandas vocês estão ouvindo atualmente?
Leif: Band Of Horses, Feist, The National, The Format, The Hot Toddies
PPS: Como vocês enxergam o mercado musical na era do mp3?
Leif: Há um longo caminho até que as bandas possam ganhar dinheiro de verdade, novamente, vendendo sua música. As bandas precisarão excursionar, o que não é uma boa notícia para um país pequeno como a Suécia. Contudo não somos contra isso. É divertido descobrir nova música e isso pôde refrescar as coisas, sair do formato do álbum para algo novo.
PPS: Há uma tour para Cease To Be?
Leif: Estamos tocando pela Suécia. Poderemos fazer uma turnê no Japão nessa primavera.
PPS: Onde estão os maiores públicos do Drowners? E qual o tamanho da banda na Suécia?
Leif: Nossas maiores audiências estão no Japão e nos EUA. A Suécia é um país pequeno para nós. Ficamos grandes com World Record Player e tocamos em lugares muito maiores, mas em seguida nos mudamos por um tempo para os EUA e ficamos cinco anos sem lançar nada na Suécia, então, foi como começar de novo.
PPS: Vocês assistiram à recente partida Brasil X Suécia?
Leif: Sim, assistimos. Muito mal, nós perdemos, de novo...
PPS: Uma mensagem para seus fãs brasileiros:
Leif: Consigam o novo álbum na CDBaby.com e avisem seus amigos. Adoraríamos visitar o Brasil para fazer alguns shows e tirar férias! E não percam o tributo ao Posies Beautiful Escape: The Songs of The Posies Revisited que está saindo nessa primavera. Nós temos uma versão incrível de “I May Hate You Sometimes” no álbum.
Power Pop Station conversou com o guitarrista Leif Rehstrom, que falou sobre as influências da banda, as condições extremas do clima na terra natal, os novos rumos do mercado musical e relacionou a qualidade do power pop sueco às facilidades culturais e econômicas no seu país – fato nunca antes mencionado por um artista do estilo, mas de clara relevância e coerência.
Power Pop Station: Me parece que o nome ‘The Drowners’ foi tirado da banda de brit pop Suede. Não acho que eles tenham influenciado o som de vocês...
Leif Rehnstrom: Nós adoramos o Suede, mas eles nunca foram uma grande influência para nós. Seus três primeiros singles são incríveis!
PPS: Seu primeiro álbum, Destroyer de 1996, surpreendentemente, foi lançado no Brasil...
Leif: Sim, um pouco surpreendente. Nossa gravadora na época – A West Side Fabrication – licenciou o disco para a Velas.
PPS: Ali já se podia ouvir a herança do Bandwagonesque do Teenage Fanclub – melodias adesivas turbinadas por potente distorção. Mas também ficava clara a tradição do guitar pop sueco...
Leif: Sim, Teenage Fanclub sempre foram grandes heróis. Nós também fomos influenciados por tudo o que estava acontecendo à nossa volta na Suécia, com bandas como Popsicle, Wannadies, Eggstone, This Perfect Day e por aí vai. Mas, provavelmente, a maior influência veio da cena power pop americana, com bandas como The Posies, Matthew Sweet, Juliana Hatfield, Velvet Crush, Weezer, Lemonheads.
PPS: Falando a respeito, a que você atribui o fato de tantas grandes bandas de power pop virem da Suécia?
Leif: Nós podemos comprar bons instrumentos, temos acesso a toda a cultura pop americana e britânica, temos bom inglês, forte tradição musical, facilidade em encontrar espaços para ensaio e por aí vai.
PPS: Uma vez li uma pesquisa feita com jovens suecos onde sua maior reivindicação era “mais sol”. Como você acha que isso reflete no tipo de música jovem produzida no país?
Leif: Bem, o clima aqui é bastante extremo. Muito frio e escuro no inverno e muito ensolarado e quente no verão. Na época do Natal, nós só temos duas ou três horas de luz solar. No meio do verão o sol nunca se põe. Estou certo de que isso no afeta de alguma maneira...
PPS: Há pouco, vocês lançaram seu quinto álbum, Cease To Be. Qual a diferença básica para os outros álbuns do Drowners?
Leif: Na realidade não há grandes diferenças. Agora Magnus (Vikstrom, vocalista) compõe a maioria das canções - antes era eu – mas continuamos soando da mesma maneira. Cease To Be parece mais como um bom mix de todos os nossos discos anteriores.
Atualmente gravamos tudo nós mesmos, então, na verdade, nunca foi tão divertido.
PPS: Em termos comerciais Is There Something On Your Mind (álbum de 2000), foi seu maior sucesso?
Leif: Nos EUA, sim. Na Suécia foi World Record Player (disco de 1997).
PPS: Porque você acha que o power pop, como gênero, não consegue alcançar o mainstream?
Leif: É difícil definir o que é power pop exatamente. Para alguns é formado apenas por bandas setentistas como The Records, Big Star, Raspberries e por aí vai. Para outros é o revival noventista com bandas como Posies, Lemonheads e outras mais. Para nós é a combinação de power e pop, então nessa linha nós vemos bandas como Foo Fighters, Weezer, White Stripes, Bravery, Panic At The Disco, The Killers e muitas outras que levam o power pop para as paradas.
PPS: Quais novas bandas suecas vocês recomendam?
Leif: Peter, Bjorn And John, Lykke Li, Niccokick, Laakso
PPS: E quais bandas vocês estão ouvindo atualmente?
Leif: Band Of Horses, Feist, The National, The Format, The Hot Toddies
PPS: Como vocês enxergam o mercado musical na era do mp3?
Leif: Há um longo caminho até que as bandas possam ganhar dinheiro de verdade, novamente, vendendo sua música. As bandas precisarão excursionar, o que não é uma boa notícia para um país pequeno como a Suécia. Contudo não somos contra isso. É divertido descobrir nova música e isso pôde refrescar as coisas, sair do formato do álbum para algo novo.
PPS: Há uma tour para Cease To Be?
Leif: Estamos tocando pela Suécia. Poderemos fazer uma turnê no Japão nessa primavera.
PPS: Onde estão os maiores públicos do Drowners? E qual o tamanho da banda na Suécia?
Leif: Nossas maiores audiências estão no Japão e nos EUA. A Suécia é um país pequeno para nós. Ficamos grandes com World Record Player e tocamos em lugares muito maiores, mas em seguida nos mudamos por um tempo para os EUA e ficamos cinco anos sem lançar nada na Suécia, então, foi como começar de novo.
PPS: Vocês assistiram à recente partida Brasil X Suécia?
Leif: Sim, assistimos. Muito mal, nós perdemos, de novo...
PPS: Uma mensagem para seus fãs brasileiros:
Leif: Consigam o novo álbum na CDBaby.com e avisem seus amigos. Adoraríamos visitar o Brasil para fazer alguns shows e tirar férias! E não percam o tributo ao Posies Beautiful Escape: The Songs of The Posies Revisited que está saindo nessa primavera. Nós temos uma versão incrível de “I May Hate You Sometimes” no álbum.
Bem legal a entrevista, Cease to Be é um ótimo álbum. Certamente o disco que vc menciona ter sido lançado no Brasil deve ser impossível de encontrar (infelizmente). E eu também me surpreendia com a quantidade de boas bandas que vêm, não apenas da Suécia, como da Noruega e Escócia, e não apenas de powerpop. A explicação dele pra isso faz sentido. E de quebra ainda fiquei sabendo desse tributo aos Posies. Bem legal !
ResponderExcluirBom que você gostou, Daniel!
ResponderExcluirQto ao "Destroyer", eu comprei o disco, na época, numa promoção em Cabo Frio - RJ!
Ah, e não se esqueça da Finlândia - um dos maiores discos de power pop dos últimos tempos veio de lá: "Bright Yellow Sun" do The Tunes.
Opa, valeu pela dica, vou correr atrás. Mudando de banda (mas permanecendo no gênero), eu ia abrir na sua comunidade do Orkut um tópico sobre uma excelente banda de que eu nunca antes ouvira falar, mas que eu conhecera esses dias ouvindo um ótimo disco dela lançado ano passado. Mas fui no seu MySpace (que visito com frequência) e logo reconheci o som de fundo: era a própria, Crash Street Kids. Mais uma que eu vou indicar às pessoas. Abraços !
ResponderExcluirLegal que você visita meu MySpace, valeu!
ResponderExcluirOs caras do Crash Street Kids me mandaram o CD - mas ainda não chegou. Isso quer dizer que terá resenha por aqui... só não sei qdo... tem uns 20 CDs na frente pra resenhar!
Abs.
Onde consigo os cd`s ? Tenho o destroyer ... mas é quase impossivel encontrar os demais discos na net.
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