segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

IPO VOLUME 12!

Acreditar na força da canção pop. Esse tem sido o trabalho de David Bash por mais de doze anos à frente do International Pop Overthrow. Que além de festival – contando com dezenas de shows em três países (EUA, Canadá e Inglaterra) e centenas de bandas todo ano – traz seu nome na coletânea mais representativa do pop underground mundial. Bandas novas e veteranas dividem espaço no CD triplo que sempre privilegia grupos de power pop. Este IPO 12 nos oferece 70 canções de 70 bandas diferentes de todo o planeta, um verdadeiro orgasmo múltiplo e em seqüência durante quase quatro horas de orgia pop.

“Miss I Don’t Understand You”, dos californianos do The Syrups, abre o CD1: não à toa talvez a mais empolgante canção power pop de 2009. O casal de Minneapolis Adam e Kristin Marshall e seu Humbugs vêm com a deliciosa e ganchuda “One More Day”. Os americanos do The Help Desk trazem pianos, mellotron, guitarras acústicas e a harmonizações vocais intricadas na justa homenagem “The Jellyfish Song”. O sueco Luke Jackson contribui com o apelo pop e emocional de “Come Tomorrow” e Bobby Cox e seu The Galaxies entregam a ultra-adesiva “Baby I Believe”.

O Vancouver Nights – que tem Todd Fancey, do Fancey, nas guitarras e sintetizadores – passeia pelo dream pop de batida eletrônica com “Autumn Witch”, enquanto o The Smile Eyes volta ao pop sessentista com “His Vision Of Her”. O Velvet Cadillacs injeta energia rocker com “Gotta Lotta Love To Give” e o novaiorquino Jeff Litman encerra o disco com a envolvente “Anna”, tirada de seu ótimo álbum de estreia.
Os japoneses do Mayflowers abrem o CD 2 com o power pop perfeito “Rubber Sole” para em seguida o australiano Michael Carpenter mostrar seu artesanato pop em “Can’t Go Back”.

Lisa Mychols entrega uma canção do seu próximo disco com a adorável “Hearts Beat In Stereo”, enquanto o power trio de Portland The Leftovers arrasa com a faiscante “Telephone Operator”, tirada da obra-prima punk-power-pop Eager To Please. Os espanhóis do Goodfellows apresentam a pérola pop de acento beatle “Behind Your Smile” e os americanos do 1.4.5. destilam seu punk rock primário com “Can’t Stop Movin’”. Da Grã-Bretanha os The Peppermint Apes trazem a cativante “No One Like Me” enquanto os Shamus Twins mostram seu divertido country pop “See About Me”.

O pop acústico e radifônico “You And I Can Take On The World” é a colaboração do The Dirty Royals e a macia “Blue”, com suas harmonias vocais angelicais e refrão memorável, é cortesia do The Strawberry Jam. De Roma o Soundserif traz seu pop orquestral à la Brian Wilson “Happy Since I Resigned”.
Abrindo o CD 3 reaparece o veterano KC Bowman, em dueto com Andrea Perry, na belíssima “Sorting Out The Rules”. E o garoto prodígio Evan Hillhouse também volta apresentando uma canção de seu segundo álbum Transition, a intensa “Save Yourself”.

A canadense Laurie Biagini comparece com seu surf rock sessentista “Another Old Crazy Lyin’ On The Beach Afternoon” e os suecos do Private Jets revelam a versão estendida da sensacional “Speak Up Speak Out”. Susan Hedges traz o bonito jingle-jangle de “City Song” e Stephen Lawrenson oferece “Ordinary”, outtake de seu álbum de 2009 Somewhere Else. A guitarra suja se contrapõe à melodia bubblegum do refrão em “Where There’s A Will There’s Way” canção do mestre Jeremy. A Rickenbaker brilha em “Rock ‘n Roll Girl”, canção do esperado próximo álbum dos suecos do The Tangerines.

Steve Sizemore Group impressiona com a canção, na melhor escola Jellysfish, “Beautiful Dust” enquanto o Romeo Flynns ataca com o rock’n’roll invocado “Gonna Feel Alright”. Blake Jones & The Trike Shop apresenta a estranha instrumental espacial-fantasmagórica, assombrada por teremins e vibrafones, “Astronauts In Trouble”. O quarteto power pop de New Jersey Meyerman presenteia com sua jóia “Judy’s Out Of Fashion” e os noruegueses do Peter & The Penguins fecham o CD 3 com o que poderia ser um clássico sessentista mas é de 2009: “The Walk”.

Em plena era digital, quando um CD vale menos que uma balinha, ver o lançamento de um CD triplo se repetindo, ano o após ano, só reforça a certeza que certas coisas só podem ser movidas pela paixão. Longa vida ao IPO, festival e coletânea. Porque eu também acredito na força de uma canção pop.

http://www.internationalpopoverthrow/
www.myspace.com/internationalpopoverthrow

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