E os meninos da Bretanha do norte continuam sonhando... imaginando que suas melodias podem atravessar o Atlântico, impregnar o mundo, e porque não, levar algo de alento a quem precisa. No seu nono álbum, os escoceses do Dropkick voltam inspirados e inspiradores, embebidos na sua doçura habitual e confirmando uma capacidade impressionante para produzir belas canções. Ainda mais se considerarmos que o trio lança, religiosamente, um CD por ano.
“Let Down Again”, que abre o disco, parece uma encarnação do finado e saudoso Elliott Smith: de beleza estonteante, tem a maciez questionada pelo ataque das guitarras. Os irmãos Andrew e Alastair Taylor e Ian Grier, como bons escoceses que são, gostam da lapidação perfeita do seu arsenal de canções pop. Capricham nas melodias e entregam refrãos memoráveis como em “Everything Changes” e, na acetinada balada acústica “Home”, os vocais angelicais acalmam corações.
“Nowhere Land” vai na batida dos violões, pontuada por notas de piano e aeradas harmonias vocais. É clara a influência dos conterrâneos do Teenage Fanclub, e, na dúvida, só conferir a perfeição pop de “Hold On” ou “Two Of Clubs”. “It’s Time” imprime pegada power pop e a belíssima canção título nem consegue destaque em meio a profusão de beldades sonoras.
E, como dizem, se sonhar não custa, os ventos sopraram e as melodias do Dropkick sobrevoaram um oceano para, suavemente, aportar por aqui.
http://www.dropkickmusic.co.uk/
Mencionar Elliot Smith e Teenage Fanclub em uma mesma resenha é me instigar ao extremo. Let Down Again realmente parece que é um novo disco do Elliot. Em Bad Line achei que estava ouvindo Gerard Love cantando. Everything Flows... ops, Changes ;-) dá a impressão que a qualquer momento vai entrar em Gene Clark. E assim vai. Muito, muito bom.
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