“John Lennon, Paul McCartney, Elvis Costello, Burt Bacharach e John Barry são as cinco influências primárias da música pop”, diz o ‘artigo’ número um do ‘manifesto’ do Rip Off Artists. Uma exposição pública e, nem tão solene assim, de razões e objetivos da dupla de Milwaukee Nick Pipitone e Peter Batchelder. Já o ‘artigo’ cinco é direto e esclarecedor: “verso, refrão, verso, refrão, ponte, verso, refrão”. O título do disco, por sua vez, carrega uma ironia fina, uma espécie de provocação à crítica musical, já que o “esque” em inglês é uma espécie de “à la”, “com sotaque de” ou “derivado de” Tipo: Beatle-esque seria ‘beatleneano’; Beach Boys-esque, ‘beach boyneano’ e assim por diante. Mas a experiente e talentosa dupla de músicos têm cacife para ironias, manifestos pop ou provocações de qualquer espécie. “Esque” traz arranjos, instrumentações, timbres e idéias que valorizam e surpreendem dentro do (power) pop. Apesar de alguns relacionarem o som do Rip Off Artists a bandas como Fountains Of Wayne, Squeeze ou XTC, prefiro ficar com as imagens sonoras sugeridas pelo artigo primeiro do manifesto.
Passada a pequena “Intro/Normal People”, que abre o disco, entra uma das melhores canções pop do ano: “The Present, Tense”. Que não precisa de manifestos, ironias ou que o valha para se defender. Recheada de pianos e teclados, chocalhos sutis e batida esperta (com mudança de timbre na caixa nas passagens decisivas), a música tem refrão duplo de vocais perfeitos e melodia adesiva. E nos remete imediatamente ao artigo cinco – com uma passada rápida no primeiro, onde estão Lennon e McCartney. Segue a “bacharacheana” “What Just Happened?”, em um cativante pop orquestral até a entrada “The Wishful Thinker”, simples na sua constituição pop e rica nos detalhes dos arranjos.
E é isso que impressiona: a capacidade do duo de como ser criativo, usar variados instrumentos, e ainda soar simples e extremamente pop. A genialidade passou por aqui. Assim como conseguem ser emocionais na balada “The Worst News In The World” sem deixar de colar a melodia no cérebro do ouvinte. Mais um refrão memorável vem em “The Girl Behind The Bar”. Já o clima de sonho fica por conta da belíssima, e imersa em violões e teclados, “Sidetracked”. “Love And Uncertainty” engana no começo com um teclado despretensioso para explodir no refrão pop perfeito, talhado para as ondas do rádio.
Descendo (ou subindo) Esque, faixa a faixa, vai ficando cada vez mais cristalina a impressão de ser um dos melhores álbuns do ano. Pipitone e Batchelder ensinam como lapidar gemas pop com esmero, utilizando a arte dos grandes mestres do passado sem abrir mão de vasto instrumental. Como na magnífica “Without You, I’m Something” onde a frase da dupla que diz “nós tínhamos acordes, e não tivemos medo de usá-los” fica plenamente justificada. Encerra o disco - com harmonizações vocais celestiais e progressões melódicas envolventes - “I Through It Over”. (Não) estava escrito: Esque é o poder do pop a serviço da inteligência e a mercê da emoção.
www.theripoffartists.com
www.myspace.com/374233574
Passada a pequena “Intro/Normal People”, que abre o disco, entra uma das melhores canções pop do ano: “The Present, Tense”. Que não precisa de manifestos, ironias ou que o valha para se defender. Recheada de pianos e teclados, chocalhos sutis e batida esperta (com mudança de timbre na caixa nas passagens decisivas), a música tem refrão duplo de vocais perfeitos e melodia adesiva. E nos remete imediatamente ao artigo cinco – com uma passada rápida no primeiro, onde estão Lennon e McCartney. Segue a “bacharacheana” “What Just Happened?”, em um cativante pop orquestral até a entrada “The Wishful Thinker”, simples na sua constituição pop e rica nos detalhes dos arranjos.
E é isso que impressiona: a capacidade do duo de como ser criativo, usar variados instrumentos, e ainda soar simples e extremamente pop. A genialidade passou por aqui. Assim como conseguem ser emocionais na balada “The Worst News In The World” sem deixar de colar a melodia no cérebro do ouvinte. Mais um refrão memorável vem em “The Girl Behind The Bar”. Já o clima de sonho fica por conta da belíssima, e imersa em violões e teclados, “Sidetracked”. “Love And Uncertainty” engana no começo com um teclado despretensioso para explodir no refrão pop perfeito, talhado para as ondas do rádio.
Descendo (ou subindo) Esque, faixa a faixa, vai ficando cada vez mais cristalina a impressão de ser um dos melhores álbuns do ano. Pipitone e Batchelder ensinam como lapidar gemas pop com esmero, utilizando a arte dos grandes mestres do passado sem abrir mão de vasto instrumental. Como na magnífica “Without You, I’m Something” onde a frase da dupla que diz “nós tínhamos acordes, e não tivemos medo de usá-los” fica plenamente justificada. Encerra o disco - com harmonizações vocais celestiais e progressões melódicas envolventes - “I Through It Over”. (Não) estava escrito: Esque é o poder do pop a serviço da inteligência e a mercê da emoção.
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