segunda-feira, 30 de abril de 2007

LEAVE - I'd Rather Not Say


Dois anos e meio após o lançamento do debut “Don`t Go”, o quarteto de Chicago trouxe este I'd Rather Not Say, já dono de certa projeção no cenário power pop underground (expressão que por determinada perspectiva pode soar redundante...).

Mike Murphy (voz e guitarra), Jim Latsis (voz e guitarra), Joe Herrman (baixo) e Terry Keating (bateria), são veteranos do circuito de shows em clubs de Chicago, onde começaram em 2001. O Leave tem ainda no currículo apresentações no International Pop Overthrow - como no de Liverpool, este ano - e faixas escaladas para a coletânea do Festival (como a faixa-título que aparece no vol.8).

Faixa aliás que abre o álbum e desde já (ou desde de 2005, quando saiu na coletânea do I.P.O) é hino power pop. Melodia sinuosa, vocais altamente harmônicos, guitarras ganchudas e refrão clássico. “Rent To Own” desacelera mas não alivia na harmonia nem nas melodias colantes. “Sleep All Day” e “Nothing On Me” mantêm a marca das composições de Murphy, caracterizado pela maestria melódica ao tramar as canções, incluídas aí as quase-baladas “Broken Down” e “Go Well”.

“And You`re Done” é cantada por Mike, mas mostra suas diferenças de dinâmica e melodia por ser composição de Latsis. Que se arrisca a colocar a voz insegura no fake-blues “Here`s Looking At You” e na balada melancólica, meio country, meio pop, “Thousand Different Voices”. Latsis deveria passar a bola para Murphy e aprender como se faz, como em “Higher For Now”.


Para ouvir e saber mais:


sexta-feira, 27 de abril de 2007

(POWER) POP MEXICANO - CHETES!


Aqui temos um exemplo prático da linha tênue que separa o power pop do pop rock: o álbum Blanco Fácil do mexicano Chetes.

Qualquer power popper tradicional não hesitaria em apontar o disco como pop rock - foi lançado pela EMI, teve uma faixa nominada ao Grammy Latino, tem clipes concorrendo a prêmios na MTV... além não ter a pegada nervosa de bandas tradicionais do power pop.

Mas e se dissermos que Gerardo Garza - que prefere aparecer com nome de banda - é um compositor de melodias maestras na linha Beatles, E.L.O. e Brian Wilson?

O trabalho do mexicano de Monterrey, ainda, em muito se assemelha ao do argentino Rubin (ex-Grand Prix), na sua aspiração em tecer as finas tramas do pop sessentista.

O melhor é não se pegar na subjetividade dos rótulos e apreciar a facilidade das canções em cativar seus ouvidos.


Para ouvir e saber mais:

ZOMBIES OF THE STRATOSPHERE - The Well-Mannered Look


Imersa nas sonoridades sixties, a dupla nova-iorquina A Zombie e J Zombie, provavelmente prestou homenagem no nome a Zombies e Dukes of Stratosphear (projeto "secreto" e alter-ego do XTC nos anos 80).

E produziu peças sonoras do calibre pop de seus mestres - incluindo-se aqui Byrds e Brian Wilson - como a faixa de abertura "Thrush".

Os zumbis da estratosfera não trazem nada de novo ao mundinho pop em The Well-Mannered Look, mas entregam uma bela coleção de canções aos amantes de bem cuidadas melodias e harmonias.


Para ouvir e saber mais:








quarta-feira, 25 de abril de 2007

CHICAGO ROCK CITY - THE KRINKLES!



Seguindo a tradição do que os puristas consideram o verdadeiro power pop - o dos anos 70 - o Krinkles destila seu som cru e direto sem descuidar das boas melodias. E tende à diversão quando revela sua face glam rock.

Sem preocupação em polir sua sonoridade, a banda de Chicago em 3 The Mordorlorff Collection pode parecer simples e inofensivo como os Beatles da fase yeah, yeah, yeah, e ao mesmo tempo irônico e agressivo como os conterrâneos do Cheap Trick.

Para fãs de The Blondes (não confundir com Blondie).

Ouça aqui:

http://cdbaby.com/allmp3lofi/krinkles.m3u

domingo, 22 de abril de 2007

GÊNIO TRABALHANDO: NOVO DAVID GRAHAME


Depois de anunciar que havia pendurado as guitarras, o gênio americano da canção pop perfeita, volta a surpreender: lança em breve seu novo CD, Welcome To The Dark Ages.

Algumas faixas já estão disponívies no site oficial do artista - www.davidgrahame.com, mas mediante pagamento - 1.99 dolar por faixa.
Grahame se notabilizou por produzir "as músicas que Paul McCartney não fez", juntando uma coleção de pérolas durante sua carreira discográfica.
Segundo o compositor, as novas canções podem decepcionar o beatlemaníacos, já que ele se inspirou em novas influências. Mas avisa que o cerne das suas composições continua sendo a melodia.
"Agora estou pintando com uma diferente paleta de cores".









sexta-feira, 20 de abril de 2007

OCTUBRE - Cuando Todo Parecía Perdido



A indigência musical da indústria pop não é exclusividade de países subdesenvolvidos como o Brasil. Assola o mundo com intensidade mais ou menos cruel, seguindo as particularidades e interesses de cada mercado musical. Mesmo apresentando uma cena mais consistente e tradicional que a brazuca, o mercado espanhol também encurrala o power pop no córner do “alternativo” e deixa pouco espaço comercial para o estilo respirar.

Que o diga o Octubre. Vindos de Murcia, o quarteto espanhol formado por Jose Esteban (voz, guitarras e teclados), Angel (guitarras e teclados), Dele (baixo e voz) e J. Angel (bateria), chega ao segundo disco cheio depois de 11 anos de estrada.
Participaram de alguns festivais importantes, apareceram em programas de rádio e TV e foram premiados na terra natal. Mas continuam ilustres desconhecidos do grande público.
Cuando Todo Parecía Perdido parece traduzir uma ponta de esperança em ainda almejar lugar mais alto no pódio do pop espanhol. Coalhado de hits em potencial, o álbum tem um forte sabor sixtie, adornando a trama de estruturas baseadas no pop contemporâneo.

A faixa de abertura “Como Johnny Guitar” chega com pinta de mega-hit, com melodia leve e fácil, refrão memorável, solinho de guitarra bubblegum. Poderia alcançar o topo de qualquer parada. Assim como “Ludivine”, com seus coros celestiais, sua batida ritmada e um certo clima reflexivo. “Nunca Más” é balada com refrão rocker e belos acordes para justificar a desesperança das palavras. “Todo Es Mentira” é outra pérola pop com jogos de metais que deságua na climática “Díme” e depois no anti-hino ao “figurinha pop antenado e cool”, “Déjame En Paz (O La Insoportable Levedad De Lo Cool). A herança beat fica evidente em “La Vida Es Sueño”, com seu balançante solo de órgão hammond, sua guitarra delgada e faiscante e os coros de “oh, no!”- tudo em menos de dois minutos de urgência juvenil.

Examinando em perspectiva, nada está perdido para o Octubre, basta saber se o seu poderoso arsenal de canções vai ser percebido pela indústria como cifras musicais conversíveis em cifrões ou como apenas bombinhas pop de efeito moral.


Para ouvir e saber mais:




quarta-feira, 18 de abril de 2007

HANDCLAPS AND HARMONIES: Handclaps and Harmonies Presents Handclaps and Harmonies


As palmas mais animadas e harmonias mais intrincadas vêm do Texas. Handclaps and Harmonies Presents Handclaps and Harmonies já desponta como um dos álbuns mais envolventes do ano: melodias ganchudas, harmonias angelicais, vocal gentil e intervenções precisas de metais. Handclaps and Harmonies honram a memória dos Zombies, Beach Boys e Beatles e produzem canções sob a cartilha do bubblegum e sunshine pop para fazer power pop.
Criam sonoridades viciantes daquelas que geram dependência: você quer ouvir de novo, de novo e de novo. Para fãs de Cherry Twister, Second Saturday e Frank Jorge.


Para se viciar:


http://cdbaby.com/allmp3lofi/handclapsharmonies.m3u