domingo, 31 de janeiro de 2010

Da Série Clássicos: "Cloud Eleven" - CLOUD ELEVEN!

Por Daniel Arêas

Embora não se saiba com exatidão sua origem, a expressão “estar na Nuvem Nove (Cloud Nine)” significa atingir um estado de êxtase, de felicidade absoluta. Mas o que então significaria alcançar dois níveis acima? Despertar os sentimentos e sensações que isso possa significar parece ser o objetivo da banda americana Cloud Eleven; portanto, ouvir seu fenomenal disco homônimo de estréia, o 6º. da Série Clássicos do Power Pop Station, pode fornecer as respostas.

O Cloud Eleven é essencialmente Rick Gallego, músico/compositor/produtor/arranjador radicado em Los Angeles, Califórnia. Com uma formação musical que incluía nomes como Beatles e Beach Boys, iniciou sua carreira no fim dos anos 70, tocando em várias bandas cover. No fim dos anos 80 Gallego mudou-se para Los Angeles, inicialmente pretendendo estabelecer-se como compositor de canções R&B para outros artistas.

Mas pouco tempo depois ele voltaria para sua verdadeira vocação: o pop. Gravou uma série de demos em uma mesa de gravação de oito canais, cantando e tocando todos os instrumentos. Estas demos eventualmente seriam reunidas em 1996 num álbum intitulado Demolicious, que rendeu a Gallego um contrato com o legendário selo californiano Del-Fi Records. Adotando o nome Cloud Eleven, lançou em 1999 um álbum homônimo, para o qual compôs todas as músicas (à exceção de uma) e tocou todos os instrumentos, menos a bateria, que ficou a cargo de Greg Schroeder.

Uma única audição de Cloud Eleven (o disco) é suficiente para se ter certeza que Gallego escolheu o rumo certo para sua carreira. Seu trabalho se alinha perfeitamente entre os realizados pelos nomes mais importantes do power pop da atualidade, mas suas composições também revelam uma profunda influência do pop psicodélico que teve seu apogeu durante a segunda metade dos anos 60. O resultado é um soberbo disco, que soa moderno ao mesmo tempo em que se mantém fiel às suas referências musicais, vindas de décadas anteriores.

Canções como “Tokyo Aquarium”, “Take Control” e “Superfine” – que compõem a ótima sequência inicial do disco – injetam no power pop contemporâneo (de artistas como Matthew Sweet, Posies, Teenage Fanclub) harmonias e sobreposições de vocais que evocam Zombies e Beach Boys (fase Pet Sounds). A bela “Rainbow Station” é reminiscente de álbuns clássicos como Magical Mystery Tour e Odessey & Oracle. Tão bonita quanto a anterior, “Spiral (Come Way Down)” é o ponto em que o Teenage Fanclub e os Byrds (em sua fase psicodélica) se encontram e convivem harmoniosamente.

Rick Gallego explicita outra importante influência para o álbum – o grande The Left Banke - em “Look Of Sky”, cuja letra é uma colagem de títulos e trechos de canções de Michael Brown, principal compositor da banda novaiorquina de sunshine pop e pop psicodélico dos anos 60. Já “Didn’t Wanna Have To Do It” deixa claro que a Califórnia é bem mais do que apenas o local onde Rick Gallego se radicou. É uma bela cover de uma canção do Lovin’ Spoonful, banda novaiorquina que durante a segunda metade dos anos 60 praticava um folk-rock de tinturas psicodélicas, na mesma linha de várias bandas da Costa Oeste americana.

Revolver ou Rubber Soul são boas referências para se descrever “Hole” (e aqui o timbre de voz de Gallego lembra muito o de John Lennon). Violão, suaves harmonias vocais e a voz de Gallego introduzem a irresistível melodia de “Wish I”; quando as guitarras e a bateria entram com o explosivo refrão, o ouvinte já está definitivamente conquistado. Por fim, Rick Gallego e o seu Cloud Eleven se despedem com a sensacional “Sun Arise”, uma daquelas canções que deveriam ser ouvidas todas as manhãs, com sua mensagem otimista que nos conclama a “ver o sol nascer e trazer outro dia”.

Doze grandes canções e pouco mais de 40 minutos depois, o ouvinte já tem as respostas para as indagações iniciais. Chegar ao Cloud Eleven (disco e banda) significa experimentar aqueles prazeres e emoções que só a música em geral – e o power pop em particular – podem proporcionar.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

TOP 100 ÁLBUNS & TOP 10 EPS 2009

1. Learning Love - BOBBY EMMETT
2. Jupiter Optimus Maximus – THE TOMORROWS
3. Makes Your Ears Smile – THE CAMPBELL STOKES SUNSHINE RECORDER
4. Eager To Please – THE LEFTOVERS
5. Luck – WIRETREE
6. Glass Half Full – DAVID BROOKINGS
7. Secret Powers And The Electric Family Choir – SECRET POWERS
8. Happenings And Other Things – RENO BO
9. Give Me A Look – MARK & THE SPIES
10. In Season – THE TANGERINES

11. Throwback Suburbia – THROWBACK SUBURBIA
12. Dead Air Radio – THE BEAT SEEKERS
13. Change Your Skin... Wash Your Heart – ARMCHAIR ORACLES
14. Desayuno De Campeones – RUBIN Y LOS SUBTITULADOS
15. Killin’ For A Livin’ – 1220
16. Aeropuerto – COOPER
17. I Hate Girls – PARALLAX PROJECT
18. Abelay Hotel – DROPKICK
19. More Help For Your Nerves – ROGER KLUG
20. Confessions Of A College Student – LAMAR HOLLEY

21. Man Overboard – J.P. CREAGAN
22. On The Up Side – THE HUMBUGS
23. Pillowsky – AMERICAN SUITCASE
24. Sad Songs Of The Summer – CHRIS RICHARDS AND THE SUBTRACTIONS
25. The Curtain Shop And Alterations – THE RIFFBACKERS
26. The Kavanghs – THE KAVANAGHS
27. Land – VINYL CANDY
28. Unpublished- TONY COX
29. Postscript – JEFF LITMAN
30. Keeps You Up When You’re Down – THE PERMS

31. Untitled – DAVID GRAHAME
32. How To Choose A Sweetheart – PETER & THE PENGUINS
33. Brooklyn Is Love – CREAKY BOARDS
34. Ghost, She Said – DELETED WAVEFORM GATHERINGS
35. Redemption # 39 – MICHAEL CARPENTER
36. Speaking Like An Elephant – CHEAP STAR
37. Lift You Up – LEWIS WILSON
38. So Long – THE WEBSTIRS
39. Vegas With Randolph – VEGAS WITH RANDOLPH
40. What A Lovely Surprise To Wake Up Here – CURTAINS FOR YOU

41. Evidence – BARNETT - GURLEY
42. Time Is A Wound – THE BRIGADIER
43. Playing Catchup – MARK CRONK
44. Safe & Sorry – WONDERWHEEL
45. Geronimo – FIRST IN SPACE
46. Where You Are – KYLE VINCENT
47. The Smiles & Frowns – THE SMILES AND FROWNS
48. House to House – THE TRIPWIRES
49. Transition – EVAN HILLHOUSE
50. The Seven Seas – ELEPHANT STONE

51. Beginners Luck – RIPCHORD
52. Universal Malcontents – OUTRAGEOUS CHERRY
53. Social Crutch – DIPSOMANIACS
54. The Madd Are Pretty Quick – THE MADD
55. Silent Revolution – LA FLEUR FATALE
56. Rumor 2 – RUMOR
57. Journey To The Center Of The Heart – JEREMY
58. All Haunt’s Sound – THE ALICE ROSE
59. Yeti Boobox – MAPLEWOOD
60. Shifting Sands – THE SUNCHYMES

61. Home Alone – ANY VERSION OF ME
62. Beat Songs – THE ANYDAYS
63. Wow & Flutter – THE TELEPHATIC BUTTERFLIES
64. In TheLate Bright - TOMMY KEENE
65. Solitary – PARASITES
66. Run & Hide – THE FORE
67. Semester At Sea – VALLEY LODGE
68. Is It True – THE PASSPORTS
69. Magic Circles – THE JUNE
70. Shaking Hands – SUINAGE

71. Try This At Home – CHRIS SWINNEY
72. Failing In Biology – SIMON FELTON
73. Floating Aimlessly – RUSSELL CRAWFORD
74. My Old, Familiar Friend – BRENDAN BENSON
75. Pale Morning - DESERTERS
76. Get Up And Run – THE RECKLESS HEARTS
77. Good Enough For You – FATE LIONS
78. Dust Of Rumour – MARC CARROLL
79. The Big Bongo Fiasco – GIDGETS GA GA
80. Goodnight, Bull Creek! – BOB EVANS

81. Telekinesis! – TELEKINESIS
82. Why Ramble? – SONS OF GREAT DANE
83. Sparks On The Tarmac – D.ROGERS
84. Disengage – SHANE LAMB
85. Flotando Alrededor – CHAMPAGNE
86. Ridin’ The Wave – LAURIE BIAGINI
87. Midnight Matinee – BRASS BED
88. How We Survive – GRAND ATLANTIC
89. New Adventures In Full Color – QUANT
90. Nashville Tracks – BRIAN JAY CLINE

91. Walkie Talkie – THE MONTGOMERYS
92. Heart Of The Valley – JEFF LARSON
93. Beautiful Dust – STEVE SIZEMORE GROUP
94. Capturing Clouds In A Bottle – MINSTER HILL
95. Easy Red – YOUR GRACIOUS HOST
96. Displayed In Reflections – BROADFIELD MARCHERS
97. Razzmatazz Orfeum – THE MOOG
98. Meteor – THE SHAZAM
99. Re-Ocurring Dream – JOHN SHAUGHNESSY
100. Beatlesque Too - ALAN BERNHOFT


TOP 10 EPS


1. Pete – GREG POPE
2. O My Stars – THE WEIGHTLIFTERS
3. Hear Here – THE SYRUPS
4. What We Are – BLUE SKY SECRET
5. A Fine Time – CHASE HAMBLIN
6. Three Kids – BANG 74
7. To The Rescue – THE OFFBEAT
8. Blue Whispers – THE GAMILONS
9. And Then Again – SHOUT WITH GRASS
10. Knackered – THE TEARAWAYS

domingo, 24 de janeiro de 2010

"Journey To The Center Of The Heart": JEREMY!

Sempre me pergunto até onde pode chegar a capacidade criativa de Jeremy Morris. Sua necessidade insaciável de expressão através da música impressiona. E mais ainda é de assombrar como o artista americano consegue trafegar por estilos musicais tão distintos. Em mais trinta anos de carreira, Jeremy lançou dezenas de álbuns, que passam pelo rock progressivo, guitarra instrumental, piano instrumental até o mais puro power pop. E não satisfeito, ainda comanda o selo Jam Records, direto de Portage, Michigan.

Mesmo depois de incontáveis discos e centenas e centenas de composições, Jeremy ainda consegue preparar canções empolgantes, cheias de ganchos melódicos e energia revigorante ou balada emocionais e sinceras. É isso, fundamentalmente, que oferece Journey To The Center Of The Heart. Que abre com ao rock psicodélico “Home” e engata em “Where There’s A Will There’s A Way” e seu refrão super-ultra-mega adesivo (a canção é homenagem ao promotor de shows, webmaster do IPO e grande amante e incentivador do power pop Wil Woodrowe, falecido em 2008).

As Rickenbakers brilham, as harmonias vocais voam e o vibrafone pontua em “Vanity Fare”. “Sweet, Sweet, Relief” conserva a capacidade emocional de Jeremy na confecção de melodias pop. A belíssima “Church Of Byrds” traz coral quase gospel mesclado ao jangle de uma Rickenbaker e, aí sim, remetendo ao homenageado do título. “No More Lies” dá sotaque bluesy enquanto a ganchuda “The Time Is Now” revela reminiscências de “My Sweet Lord” do mestre Harrison.

A triste e bonita balada ao piano “Sailing Homeward” confirma a sensibilidade intacta de Jeremy depois de todos esse anos. A adorável canção-de-ninar “Sleep Good” embala nossos sonhos até acordarmos ao som do próximo disco de Jeremy Morris.

www.myspace.com/jeremyamorris
http://www.jamrecordings.com/

domingo, 17 de janeiro de 2010

"I Hate Girls": PARALLAX PROJECT!

O que esperar de um sujeito que tocou em um dos maiores clássicos do power pop noventista? Michael Giblin era o baixista na obra-prima do Cherry Twister At Home With Cherry Twister, e ainda participou de álbuns da carreira solo do gênio Steve Ward. Assim, como um George Harrison, Giblin saiu da sombra de grandes compositores para provar que ele mesmo também o era. Formou o Parallax Project, no início dos anos ’00, e chega ao seu terceiro álbum com este I Hate Girls – produzido por Don Dixon (REM, Marshall Crenshaw e The Smithreens, entre outros) e com Eddie Muñoz, dos legendários Plimsouls, nas guitarras.

Gravado em apenas três sessões, o disco mostra a evolução de Giblin como compositor, além de revelar momento de alta inspiração. Artesanato pop de primeira grandeza talhando canções, que por vezes chegam a esbarrar na maestria do Cherry Twister. E claro, as influências do passado aparecem reprocessadas aqui e ali, como Squeeze, Faces, Elvis Costello, Kinks e os onipresentes Beatles. O americano da Pennsylvania atingiu seu ápice criativo com I Hate Girls.

Que começa com “All The Same” e seu riff power pop oitentista (encharcado na época pela new nave) cortesia de Eddie Muñoz, para logo desaguar no refrão adesivo e climatizado por um órgão - dando pinta de hit. A power-ballad “The Day After Tomorrow” tem vocação para ondas do rádio com sua adorável melodia e, a macia e doce “Easy”, poderia facilmente fazer parte da discografia do Cherry Twister. A canção-título é para ser celebrada na mesa do bar, ao lado de amigos, cerveja e muita ironia: “eu odeio garotas/ eu odeio os diamantes e as pérolas”.

“Watching The World Revolve Around You” é uma da mais bonitas baladas de 2009, com sua belíssima melodia emocional, seguindo ao violão até explodir em uma apoteótica passagem orquestral. Já a energética “Coming Around” chega ‘espalhando’ com um órgão invocado, enquanto a sessentista “You & Me” oferece um refrão memorável, mais uma vez digno de sua ex-banda. A cover dos Velvelettes “Needle In A Haystack” fecha o álbum.

Junto com I Hate Girls, o Parallax Project lançou o disco de covers Sleeping With The Enemy, que traz 11 clássicos em versões sensacionais, como “News At Tem” dos Vapors, “Telephone Line”, do ELO, “A Well Respect Man”, dos Kinks, “It’s Not True”, do Who, “Cindy Incidentally”, dos Faces, “Candy Says”, do Velvet Underground e “Liza Radley” do Jam. Imperdível.

www.parallaxproject.com
www.myspace.com/parallaxproject

domingo, 10 de janeiro de 2010

"Happenings And Other Things": RENO BO!

“Minha música favorita é a antiga”. Antiga, mas não velha; antiga, mas não antiquada; antiga, mas não datada. Antiga, porém clássica; antiga, porém atemporal. É isso que quer dizer a afirmação do novaiorquino radicado em Nashville Reno Bo. Cuja paixão passa pelo pop sessentista e alcança o rock setentista. Passa pelos artistas da Motown, Beatles e chega ao Big Star. É assim que soa seu álbum de estreia como artista solo (Bo é baixista do The Mooney Suzuzi e excursionou com Albert Hammond Jr, do Strokes) Happenings And Other Things.

Canções com sabor clássico, amparadas por uma produção consistente, que acaba por conceder uma ar contemporâneo à sonoridade. A intensa “There’s A Light” abre o disco mesclando algo do soul doído do Big Star e Stax Records com uma forte veia pop. “Higher Tonight” empolga na batida, capricha na energia das guitarras e cola a melodia na memória – o bom e velho power pop. Piano e órgão Hammond climatizam a poderosa “Off Your Back” até encontrar a power-ballad “Shine”.

Gaita e violão para a balada folk “Baby, You’re Not Feeling Me Tonight” e contundência rocker, com cadência bluesy, para “Sugar Suite Blues”. “Shake Me Up” agita e remete aos petardos rock dos primeiros discos do Oasis, com “How Does It Feel” mantendo a pegada na sequência. Se Tom Petty tocasse power pop, a memorável “Here Right Now” seria seu clássico. Outra com vocação para clássico é “You Don’t Know”, com sua perfeição pop sendo cortejada pela guitarra afiada de Bo e harmonizações vocais voando por toda parte.

E a beleza melódica, adornada por guitarras invocadas e jogos vocais bem cuidados em “I See Stars”, não esconde a admiração de Bo pelos escoceses do Teenage Fanclub. Com Happenings And Other Things descobrimos que a nossa música favorita é mesma que Reno Bo escuta. E faz.

www.renobo.com
www.myspace.com/renobo

domingo, 3 de janeiro de 2010

"Learning Love": BOBBY EMMETT!

Learning Love é sobre dor e prazer. É sobre tentativa e erro; estar no céu e no inferno; provar o doce e o amargo. Learning Love, de certa forma, mostra que os intervalos entre cair e levantar aumentam ou diminuem de acordo com a experiência que se acumula. E, se se está disposto ao amor, tem de se estar disposto igualmente aos seus momentos de sofrimento e felicidade. Mas Learning Love é também sobre melodias memoráveis e guitarras afiadas que ajudam a forjar algumas da melhores canções do ano.

Bobby Emmett vem de Detroit (onde esteve no The Sights e agora toca com Shooter Jennings) para impressionar com seu álbum solo de estreia. Em Learning Love Emmett não escondeu sua fixação pelas sonoridades setentistas, se esbaldando na utilização de instrumentos da época. O americano além de compor todas as faixas e produzir o disco, cantou e tocou guitarras, baixo, piano, órgão Hammond, mellotron e gaita, ente outros. Na gravação seguiu técnicas usadas por Kinks e Beatles.

O álbum é absolutamente independente – Emmett bancou sozinho processos de gravação, produção e prensagem dos discos – mas soa claro, encorpado e consistente como se houvesse uma grande gravadora por trás. As influências sonoras passam por Beatles e Big Star, Cheap Trick e Brendan Benson e, por vezes, soam muito próximas aos canadenses do Sloan – principalmente as composições de Jay Ferguson (que não por acaso participa do disco).

A guitarra matadora de “Queen Of Hearts” abre o disco como um rock setentista valvulado e invocado e já revelando o vocal dobrado de Emmett, que é ao mesmo tempo energético e amigável. A maestria melódica de Emett dá as caras na adesiva “Broken Hearted” e seu refrão talhado para os dials – nada democráticos - do rádio. A batida esperta, leve e ligeira de “She Can’t Be Mine” cativa de forma irremediável e a sensacional “Still Wanna Be With You” dá o golpe final e domina os sentidos com sua adorável melodia.

Assim como quem está no aprendizado do amor, e vai da tristeza à euforia com uma palavra, um telefonema ou um simples olhar, “Moving Ahn” se arrasta triste e linda para de repente explodir radiante num dos mais contagiantes refrãos do ano. A força rocker de guitarras distorcidas duelando com órgãos retrô e outro refrão m-e-m-o-r-á-v-e-l, são oferecidos generosamente em “Even Through You’re Mine Tonight”. Aqui melhor dar uma pausa para se recuperar do turbilhão de emoções causado por Learning Love. E respirar fundo para o que vem a seguir...

Gaita chorando, órgão dando o tom emocional e a voz de Emmett descendo dos céus a bordo da melodia mais triste e bonita do ano em “November”. “Never Waited So Long” vem com sua slide guitar, batidinha de piano e pinta de clássico eterno dos anos 70. “Love Is Real” desembarca densa e climática para desaguar no incrível e luminoso refrão, encerrando Learning Love. Um disco de amor às guitarras que cortejam melodias perfeitas; à canção clássica que sensibiliza com simplicidade; à ponte emocional – sem intermediários, atalhos ou atravessadores - entre o coração do artista e o coração do ouvinte. Provavelmente o disco do ano em 2009.

www.myspace.com/bobbyemmett