Quando os calendários começaram a marcar o início anos 70, os Beatles já eram passado. Os Beatles e toda a cultura sixtie que acabara de mudar o mundo. Mas a força do seu legado teria capacidade para criar um batalhão de anacrônicos nos 40 anos seguintes. Os saudosos de um tempo em que não viveram. Aí se encaixa Andrew Sandoval. Andrew – artisticamente, como músico, utiliza só o primeiro nome – exercitou sua paixão pelos anos 60 em diferentes atividades e pautou a diretriz de suas diversas carreiras na época de ouro daquela década.
Recentemente lançou o aclamado livro “The Monkees: The Day-By-Day Story Of The 60’s TV Pop Sensation”, que conta a história da banda em formato de diário. Sandoval também ficou conhecido pelo trabalho de produtor de relançamentos de bandas dos anos 60 – dezenas delas. Como músico, influenciado por toda essa aura sessentista – lançou quatro álbuns, entre eles a obra-prima do pop orquestral e do sixtie pop Happy To Be Here e o recente From Me To You, com roupagem mais acústica, que acaba de sair do forno.
Andrew conversou com o Power Pop Station com exclusividade direto de Los Angeles:
Power Pop Station: Você é um cantor-compositor, produtor, escritor e agora DJ em uma rádio. Certamente todas essas atividades têm seus diferentes prazeres. Mas se eu pedir para você escolher uma opção, podemos dizer que Andrew Sandoval é...?
Andrew: Andrew Sandoval é um cantor-compositor.
PPS: Para quais mestres você presta homenagem em seus discos? Fale-nos também sobre os seus “famosos” colaboradores.
Andrew: Eu presto homenagem para pessoas como Michael Brown e Left Banke, P.F. Sloan, The Kinks, Beach Boys, Grapefruit e muitos outros.
Tenho trabalhado com Dave Davies dos Kinks, Ric Menck do Velvet Crush/Matthew Sweet, Dennis Diken do Smithereens, Brian Kehew (que produziu Fiona Apple e recentemente tocou teclados para o The Who), Probyn Gregory e Nelson Bragg (que tocam com Brian Wilson), Jon Brion e muitos outros menos famosos, mas pessoas também incrivelmente talentosas.
PPS: Sendo um produtor de relançamentos de, principalmente, bandas sixties, você deve ter absorvido um grande conhecimento musical, claramente percebido em seus álbuns. Como você trabalha suas referências e influências no seu processo de composição?
Andrew: Sou um estudioso sobre produção dos anos 60 e técnicas de gravação, muitas das quais colhidas durante meu trabalho como produtor de relançamentos. De qualquer modo, minhas composições são mais influenciadas pelo meu dia-a-dia. Mas desde que a música dos 60 passaram a fazer parte do meu dia-a-dia, as canções passaram a ter esse tipo de som. Mas as letras falam sobre mim e meus amigos – não sobre os sixties.
PPS: Seu livro The Monkees: The Day-By-Day Story Of The 60’s TV Sensation, teve ótimas resenhas da crítica. Fale-nos sobre este trabalho.
Andrew: É um projeto em que trabalhei durante 15 anos. Para escrevê-lo, escutei todas as fitas com sessões de gravação que existem, passei um pente fino em milhares de revistas e entrevistei dúzias de pessoas envolvidas na história da banda (inclusive os quatro Monkees). O livro segue um formato de diário, com acontecimentos tendo entradas dia após dia. (muito parecido com o livro de Mark Lewinshon sobre os Beatles).
PPS: Suas influências do passado são mais explícitas na sua música. Do presente, quais bandas você escuta e quais recomenda?
Andrew: Eu gosto do Now People. É banda que tem Steve Stanley, Probyn Gregory e Nelson Bragg. Todos tocam e cantam no meu novo álbum From Me To You.
PPS: Na minha opinião o disco Happy To Be Here é sua obra-prima. Fale-nos sobre o álbum.
Andrew: Primeiramente, obrigado por dizer isto. Happy To Be Here é um álbum especial para mim. Foi o primeiro onde eu me senti realmente confiante no estúdio. E escrever as canções foi uma alegria. A maioria delas foi sobre um par de anos da minha vida onde eu tive um lar feliz e alguns amigos maravilhosos. O disco conta com a participação de Tom Dawes do Cyrkle cantando em “He Can Fly”, que é uma canção sobre um gato chamado Duke. Roger Neil fez alguns bonitos arranjos de cordas e David Nolte e Ric Menck soaram incríveis na seção rítmica em todas as canções. Eu adoro a faixa de abertura "I Wish You Would". Acho que eu queria que alguns dos meus ouvintes se apaixonassem com o disco, e no final deu certo com pelo menos um!
PPS: Basicamente o power pop é um gênero que tem o DNA do sixtie pop. Porque esse estilo tão radiofônico não tem sucesso comercial?
Andrew: Eu acho que as pessoas são muito auto-conscientes para desfrutar o simples, a música direta. Todo mundo está preocupado em balançar as ancas, estar afiado e ser irônico. É um prejuízo para eles. As coisas simples são as melhores coisas da vida.
PPS: Em maio você fez alguns shows na Espanha. Conte-nos sobre a tour.
Andrew: Esta foi minha primeira viagem para a Espanha! Fiz cinco shows em cinco cidades (Madrid, Valencia, Barcelona, Zaragoza e Bilbao) em cinco dias. Levei meu amigo Kristian Hoffman para tocar piano. Todas as pessoas que eu conheci, e a reação delas, foram fabulosas. Colin Hare do Honeybus também esteve conosco, o que foi bastante especial.
PPS: Fale-nos sobre seu novo álbum From Me To You.
Andrew: É um ‘ciclo de canções’, como Happy To Be Here. Todas as canções estão conectadas por um tema central. O álbum foi gravado ao vivo no estúdio comigo cantando todas as faixas em um take – sem consertos ou mudanças. Na verdade não é um disco de rock ou power pop, é apenas um disco pessoal. Muitas guitarras acústicas e cordas, além de alguns bonitos backing vocals. Acho que é meu segundo disco favorito depois de Happy To Be Here.
PPS: Mande uma mensagem aos brasileiros!
Andrew: Alô Brasil! Eu adoraria ver todos vocês um dia. Eu sei que existem alguns fãs dos Monkees aí, então talvez eles possam ajudar na minha divulgação. Confiram meu website: www.andrewsandoval.com
Obrigado pela entrevista - e a todos, OBRIGADO POR OUVIR MEU TRABALHO!
Recentemente lançou o aclamado livro “The Monkees: The Day-By-Day Story Of The 60’s TV Pop Sensation”, que conta a história da banda em formato de diário. Sandoval também ficou conhecido pelo trabalho de produtor de relançamentos de bandas dos anos 60 – dezenas delas. Como músico, influenciado por toda essa aura sessentista – lançou quatro álbuns, entre eles a obra-prima do pop orquestral e do sixtie pop Happy To Be Here e o recente From Me To You, com roupagem mais acústica, que acaba de sair do forno.
Andrew conversou com o Power Pop Station com exclusividade direto de Los Angeles:
Power Pop Station: Você é um cantor-compositor, produtor, escritor e agora DJ em uma rádio. Certamente todas essas atividades têm seus diferentes prazeres. Mas se eu pedir para você escolher uma opção, podemos dizer que Andrew Sandoval é...?
Andrew: Andrew Sandoval é um cantor-compositor.
PPS: Para quais mestres você presta homenagem em seus discos? Fale-nos também sobre os seus “famosos” colaboradores.
Andrew: Eu presto homenagem para pessoas como Michael Brown e Left Banke, P.F. Sloan, The Kinks, Beach Boys, Grapefruit e muitos outros.
Tenho trabalhado com Dave Davies dos Kinks, Ric Menck do Velvet Crush/Matthew Sweet, Dennis Diken do Smithereens, Brian Kehew (que produziu Fiona Apple e recentemente tocou teclados para o The Who), Probyn Gregory e Nelson Bragg (que tocam com Brian Wilson), Jon Brion e muitos outros menos famosos, mas pessoas também incrivelmente talentosas.
PPS: Sendo um produtor de relançamentos de, principalmente, bandas sixties, você deve ter absorvido um grande conhecimento musical, claramente percebido em seus álbuns. Como você trabalha suas referências e influências no seu processo de composição?
Andrew: Sou um estudioso sobre produção dos anos 60 e técnicas de gravação, muitas das quais colhidas durante meu trabalho como produtor de relançamentos. De qualquer modo, minhas composições são mais influenciadas pelo meu dia-a-dia. Mas desde que a música dos 60 passaram a fazer parte do meu dia-a-dia, as canções passaram a ter esse tipo de som. Mas as letras falam sobre mim e meus amigos – não sobre os sixties.
PPS: Seu livro The Monkees: The Day-By-Day Story Of The 60’s TV Sensation, teve ótimas resenhas da crítica. Fale-nos sobre este trabalho.
Andrew: É um projeto em que trabalhei durante 15 anos. Para escrevê-lo, escutei todas as fitas com sessões de gravação que existem, passei um pente fino em milhares de revistas e entrevistei dúzias de pessoas envolvidas na história da banda (inclusive os quatro Monkees). O livro segue um formato de diário, com acontecimentos tendo entradas dia após dia. (muito parecido com o livro de Mark Lewinshon sobre os Beatles).
PPS: Suas influências do passado são mais explícitas na sua música. Do presente, quais bandas você escuta e quais recomenda?
Andrew: Eu gosto do Now People. É banda que tem Steve Stanley, Probyn Gregory e Nelson Bragg. Todos tocam e cantam no meu novo álbum From Me To You.
PPS: Na minha opinião o disco Happy To Be Here é sua obra-prima. Fale-nos sobre o álbum.
Andrew: Primeiramente, obrigado por dizer isto. Happy To Be Here é um álbum especial para mim. Foi o primeiro onde eu me senti realmente confiante no estúdio. E escrever as canções foi uma alegria. A maioria delas foi sobre um par de anos da minha vida onde eu tive um lar feliz e alguns amigos maravilhosos. O disco conta com a participação de Tom Dawes do Cyrkle cantando em “He Can Fly”, que é uma canção sobre um gato chamado Duke. Roger Neil fez alguns bonitos arranjos de cordas e David Nolte e Ric Menck soaram incríveis na seção rítmica em todas as canções. Eu adoro a faixa de abertura "I Wish You Would". Acho que eu queria que alguns dos meus ouvintes se apaixonassem com o disco, e no final deu certo com pelo menos um!
PPS: Basicamente o power pop é um gênero que tem o DNA do sixtie pop. Porque esse estilo tão radiofônico não tem sucesso comercial?
Andrew: Eu acho que as pessoas são muito auto-conscientes para desfrutar o simples, a música direta. Todo mundo está preocupado em balançar as ancas, estar afiado e ser irônico. É um prejuízo para eles. As coisas simples são as melhores coisas da vida.
PPS: Em maio você fez alguns shows na Espanha. Conte-nos sobre a tour.
Andrew: Esta foi minha primeira viagem para a Espanha! Fiz cinco shows em cinco cidades (Madrid, Valencia, Barcelona, Zaragoza e Bilbao) em cinco dias. Levei meu amigo Kristian Hoffman para tocar piano. Todas as pessoas que eu conheci, e a reação delas, foram fabulosas. Colin Hare do Honeybus também esteve conosco, o que foi bastante especial.
PPS: Fale-nos sobre seu novo álbum From Me To You.
Andrew: É um ‘ciclo de canções’, como Happy To Be Here. Todas as canções estão conectadas por um tema central. O álbum foi gravado ao vivo no estúdio comigo cantando todas as faixas em um take – sem consertos ou mudanças. Na verdade não é um disco de rock ou power pop, é apenas um disco pessoal. Muitas guitarras acústicas e cordas, além de alguns bonitos backing vocals. Acho que é meu segundo disco favorito depois de Happy To Be Here.
PPS: Mande uma mensagem aos brasileiros!
Andrew: Alô Brasil! Eu adoraria ver todos vocês um dia. Eu sei que existem alguns fãs dos Monkees aí, então talvez eles possam ajudar na minha divulgação. Confiram meu website: www.andrewsandoval.com
Obrigado pela entrevista - e a todos, OBRIGADO POR OUVIR MEU TRABALHO!
2 comentários:
Paolo, que legal saber que você continua escrevendo sobre Power Pop!!
Eu também estou com um blog, acabei de descobri o seu. Vou dar uma olhada com mais calma. Tem bastante conteúdo.
Depois me passa o seu endereço fisico para receber os novos exemplares do Biff Bang Pop.
Um abraço!!!
nossa, cara, legal vc entrevistar Andrew Sandoval. Eu amo demais este cara. Acredite que ele mesmo me vendeu o livro que ele escreveu? E com um autografo?
visite o blog sobre os Monkees: www.themonkeesbrazilianfanblog.blogspot.com
Abraços e bom trabalho!!!
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