segunda-feira, 30 de março de 2009

"Run & Hide": THE FORE!

Quando o quarteto inglês The Fore lançou seu disco de estréia em 2007, Black & White, não ficou dúvidas sobre a maior referência do grupo: os Beatles. Uma conseqüência natural sobre quatro garotos que cresceram ouvindo o som da maior banda de todos os tempos. Mas não apenas na sonoridade o Fore se assemelha aos fab four. Se os Beatles, em início de carreira, tinham que tocar sete horas por dia, sete dias na semana nos clubes de Hamburgo, o Fore também enfrenta maratonas estafantes de shows. Se os Beatles tocaram quase trezentas vezes no Cavern Club, o The Fore também tem seu dia fixo de apresentação no famoso club de Liverpool.

Matt, Spencer, Andrew e Simon são, antes de tudo, uma banda insone e trabalhadora de merseybeat pós-moderno. Amantes das ambiências sessentistas, o The Fore serve tanto a nova geração – que, como eles próprios, nunca esteve nos anos 60 - quanto aos saudosistas – que viveram a época e hoje podem reviver algumas daquelas boas sensações. Por isso, Run & Hide traz 15 canções de puro merseybeat, fase 63-64, talhadas por guitarras Rickenbakers e baixos Epiphones.

Uma coleção de canções tão ingênuas quanto empolgantes e que nunca chegam a três minutos. E nos remetem diretamente a um tempo de sonhos que não vivemos. Difícil destacar faixas em Run & Hide, que podem soar ora como os Beatles (“Have Me Back Again”, “That’s A Lie”, “Leave Me Alone”) ora como os Kinks (“Run & Hide), ou Hollies (“You’ve Got To Choose”, “It’s You Girl”) ou Zombies (“Rumours And Lies”, “Emma”) ou Byrds (“Forgive And Forget”, “Send My Love To You”) mas, sempre, candidatas a hit single. Melodias memoráveis e harmonias vocais perfeitas, do tempo em que artesanato pop era artigo de valor.

Se Deus ajuda quem cedo madruga, é possível que o Fore ainda consiga um selo interessado em lançar seus discos. Provavelmente, nunca venderão milhões de cópias, nem escalarão as paradas do sucesso, mas certamente ganharão o título de “embaixadores do merseybeat para o século 21”.

www.theforeband.com
www.myspace.com/thefore

quinta-feira, 26 de março de 2009

"Bring On The Happy": ROB BONFIGLIO!

Bring On The Happy veio para separar as coisas: os esforçados dos talentosos; os amadores dos profissionais; os homens dos meninos. Veio também jogar por terra o velho argumento de milhares de bandas, de que para conseguir gravar seus discos com os melhores recursos técnicos disponíveis, e com isso alcançar um resultado final superior, deveriam assinar contratos com grandes gravadoras. O talento de Rob Bonfiglio mostrou que independência não é sinônimo de amadorismo e que, para se atingir um nível profissional de gravação/execução, não é preciso uma major por trás.

O músico da Philadelfia, radicado há oito anos em Los Angeles, foi membro do Wanderlust – cultuada banda power pop dos anos 90 – e, mais recentemente, lançou um álbum sob o nome Skies Of America. O que transforma Bring On The Happy, oficialmente, como seu primeiro trabalho solo. Aqui Bonfiglio tocou todos os instrumentos e fez todas as vozes. Numa demonstração clara do dom divino para a música dado ao americano, Rob arriscou mais em seu disco solo: guitarrista de formação, se embrenhou nos domínios do piano e do pop orquestral, passando pelas sonoridades mais sofisticadas de Burt Bacharach e Brian Wilson/Beach Boys. E atingiu atmosferas mais intimistas e emocionais.

Mas não deixou de lado o terreno que conhece bem: as canções energéticas cheias de ganchos melódicos e harmonias vocais perfeitas. Aliás, o que impressiona em Bring On The Happy é como Bonfiglio conseguiu chegar à perfeição musical sendo banda-de-um-homem-só. Arranjos com extremo cuidado nos detalhes, timbres sempre adaptados ao clima e intenção das canções e, harmonizações vocais intrincadas feitas pela mesma voz. É o encaixe na medida exata entre talento e profissionalismo, experiência e vigor.

A capacidade de Bonfiglio para compor canções com forte apelo radiofônico, já aparece na faixa de abertura “Nothing Will Hold You Down”, que mescla um balanço R&B com uma pegada pop rock. “That’s Alright” não deixa dúvidas: power pop de refrão perfeito e harmonias vocais flutuando sobre guitarras afiadas. “How To Mend A Heart” martela o pop ao piano e mostra o completo domínio de Rob nos vocais. Mais guitarras contundentes, melodias adesivas e o pop poderoso exercendo o controle em “React” e “What You Need”.

Batidas de piano envolventes, delicadas harmonias, versos encaixados com maestria pela voz amigável de Bonfiglio e refrões memoráveis em “Straight From The Heart” e “The Best Is Yet To Come”. Os riffs de guitarra voltam a rugir na hiperativa “Blow Me Away” até se dissolverem nos vibrafones e pianos da balada que fecha o disco, “Some Days Are Better”.

Bring On The Happy veio para unir as coisas: a rebeldia do rock ao bom-mocismo do pop; temas universais a ambiências íntimas, e, principalmente, a competência técnica ao talento nato e ilimitado de Rob Bonfiglio.

www.myspace.com/robbonfigliomusic

segunda-feira, 23 de março de 2009

"Where Is Matthew Smith?": BUBBLEGUM!

Matthew Smith é um lendário programador inglês de games, que criou alguns jogos clássicos nos anos 80. Andou desaparecido, mas, ao que parece, já deu as caras por aí. Talvez algum membro do Bubblegum tenha zerado Manic Miner na adolescência. Mas, se eles homenageiam um gênio da computação no título do álbum, não escondem sua admiração pelos mestres do power pop clássico, como Paul Collins – tanto no The Nerves como no The Beat – 20/20 ou Plimsouls, quando se trata de afiar guitarras e tecer canções pop. E tudo inspirado nos fins dos 70, uma era onde a energia punk vazava e contaminava, indiscriminadamente, outros gêneros musicais.

Angel Kaplan, Ivan Diaz, Adrian Fresno e Pani, chegam aos seu terceiro álbum com este Where Is Matthew Sweet? e se igualam aos Feedbacks no posto de maior banda power pop espanhola. Porque eles sabem como encher de urgência punk uma bela melodia pop; como equalizar a pegada feroz das guitarras com os arranjos melódicos; como soar perigosos na distorção envenenada e angelicais nas harmonias vocais; como direcionar instintos agressivos para o bem-estar. É quando o frescor juvenil invade o ambiente pelas caixas-de-som...

A faixa-título abre o disco, incendiando com seu riff treinado nas rodas punk pop e melodia adesiva feito super bonder. A infecciosa “New Dyed Hair”, coloca frente a frente guitarras rebeldes e coros celestiais com a voz amigável de Kaplan harmonizando o jogo. “DJ Please Play This Song” e “Not The One” mostram que os Parasites são uma grande referência e que Ivan Diaz mantém o nível das composições de Kaplan.

Batida contagiante, profusão de ganchos melódicos e guitarras brilhando em “You’ll Come Back To Me” levam até a revigorante de refrão memorável “Take The First Train”. Já “She’s A Real Trial” e “Distorted Reality” têm cheiro de clássicos atemporais modernizados pela nova geração. E, seguindo a temática de relacionamentos frustrados ou amores não correspondidos, fecha o álbum a vitaminada “Complicated”. Ainda não sabemos onde Matthew Smith está, mas o Bubblegum sim: acaba de assumir um posto destacado no olimpo do power pop europeu.

www.myspace.com/bubblegumthepunk

quinta-feira, 19 de março de 2009

"That Evil Drone": THE RESONARS!

Pouco mais de um ano atrás, quando publiquei a resenha de Nonetheless Blues, eu dizia que era um álbum perfeito para o vinil. Mas tinha a cópia em CD nas mãos. Ironicamente a primeira edição de That Evil Drone, sexto álbum da banda, foi lançada em uma remessa única de 300 vinis. E é um desses que hoje me inspira nestas linhas, o velho bolachão preto, cujos detalhes e entrelinhas da capa podem ser vistos... a olho nu!

O Resonars se resume hoje ao seu líder e mentor Matt Rendon, que de dentro de seu estúdio Coma Cave, em Tucson Arizona, transformou That Evil Drone em um clássico dos anos... sessenta!? Gravadores analógicos e instrumentos vintage impregnam a atmosfera do álbum de sonoridade sixties. E, se o disco não marca seu ano de lançamento em parte alguma, enganaria fácil até alguns ouvidos mais experimentados. Passaria por tesouro perdido e desenterrado do solo sagrado de onde brotaram as legendas Beatles, Hollies ou Who.

Quando a agulha toca os sulcos da primeira faixa do lado A “World Apart”, a viagem tem início e nos arremessa, sem escalas, quarenta anos atrás. Som garageiro, vocais dobrados, bateria nervosa e refrão pop. Uma colisão, com sobreviventes, entre Hollies e Who. Enquanto a energética “No Black Clouds Float By”, e sua melodia cheia de urgência juvenil, deve frequentar top tens atemporais em algum universo paralelo.

Impressiona como Rendon consegue, sozinho, recriar todo o ambiente sixtie, fazer com que a produção, os timbres, as afinações soem genuinamente daquela época sem efetivamente serem. Que o diga o merseybeat de “No Horizon”. Virando o disco, abre o lado B os teclados e palminhas da contagiante “Sister Sally”, seguida de perto a fúria de garagem “Black Breath”. Já “Bird Using Bird” se encontra com o rock cinquentista pré-Beatles, como os próprios fizeram em início de careira. A bela instrumental acústica “Yes Grosvenor” antecede a crueza de “Riding Backwards”, que encerra o vinil.
Em breve That Evil Drone ganhará versão em CD, o que só servirá para evidenciar o quão colossal e emblemático é o meu LP.

www.myspace/theresonars

segunda-feira, 16 de março de 2009

"On A Happy Note...": LEAVE!

Não cabe a nós tentar entender os desígnios de Deus, nem a obrigação de concordar com eles. Mas talvez um propósito maior estivesse em jogo na passagem do líder do Leave Mike Murphy, em junho de 2008. Aos 32 anos, Murphy nos deixou um legado precioso de canções, talhadas sempre com extrema sensibilidade. E On A Happy Note... soa como ápice desta herança, quando Murphy, acompanhado de Jim Latsis, Terry Keating e Joe Herrmann, ironicamente atingia o ponto de maturação do seu artesanato pop.

Mas On A Happy Note… como o nome indica, está aqui para celebrar o resultado da união e esforço de quatro amigos; celebrar a música que oferece nada mais que boas-sensações; celebrar o talento de um jovem artista, registrado aqui para a eternidade; ser e ficar como um momento feliz de uma banda que deu ao mundo magníficas gemas pop.
Obviamente, é inegável a atmosfera emocional que envolve o ouvinte ao imaginar que aquela voz que amaina frustrações e alegra nossas almas, com melodias de beleza tão reconfortantes, já não está entre nós...

On A Happy Note... é o terceiro álbum do quarteto de Chicago, e, sem dúvida, sua obra-mestra. “Hope It Doesn’t Come My Way” (que já figurava no IPO Eleven) abre o disco com sua batida up, clima sessentista e confirma a capacidade do Leave em forjar peças auto-adesivas em série. Segue a doce “Take The Easy Way Out”, com seu delicado riff, harmonias vocais paradisíacas até encontrar a beleza triste da emocionante “Lovely Mess”. Aqui a garageira-sessentista “Again It’s Too Soon” altera radicalmente a polaridade injetando energia primária nas veias do álbum.

A macia “Every Now And Then” impressiona no trabalho harmônico dos vocais, montado sobre três tons diferentes de voz. A beleza da balada à la John Lennon/Beatles, “Big On Yourself”, comprova o grande artesão pop que era Mike Murphy. “I’ll Get Mine” empolga com seu riff memorável e a acústica “Down The Line” relembra clássicos do folk setentista, até hoje com alta rotação em rádios flashback.

“Your Eyes” envolve e domina os sentidos na melodia adorável, assim como a belíssima e emotiva “On A Happy Note...”. Encerra o álbum, como faixa bônus, a regravação do mega-super-ultra hit do álbum de estréia, o power pop perfeito, “Any Other Way”. Prova de que a única coisa que os remanescentes do Leave querem é que, o grupo e Mike Murphy, sejam para sempre lembrados pelas suas incríveis e inspiradas canções pop.

www.myspace.com/leavechicago

quinta-feira, 12 de março de 2009

"The Chemistry Set EP": THE CHEMISTRY SET!

Se você olhar com atenção para o kit de instrumentos dos londrinos Paul Lake e Dave McLean, vai ter uma pista de onde eles querem chegar: guitarras Rickenbaker e Epiphone; baixos Hofner; teclados Farfisa e Mellotrons. Junte a isso as referências e, aí, você vai ter certeza de como o Chemistry Set vai soar: Love, Syd Barret, Byrds, Brian Wilson, Beatles... O novo EP da dupla inglesa oferece pop psicodélico para a nova geração viajar, sem a inclusão de aditivos químicos na receita base.

Abre o disco, com ares psicodélicos ventilados pelo brilho magnético das Rickenbakers e voz hipnótica de McLean, “She’s Taking Me Down”. Segue “Seeing Upside Down” em seu refrão de harmonias vocais de três partes e a viagem cósmica no Farfisa Compact de “Look At The Sky”. O psycho-jangle de “If Rome Was Meant To Fall” reza pela cartilha dos Byrds e a orquestral e reflexiva “Silver Birch” respira a atmosfera dos Zombies. Ecos surreais e órgãos vintage acompanham a voz de Suzette de la Grace, do grupo espanhol Les Très Bien Ensemble, que canta em francês no faixa final “Regarde Le Ciel”.

www.myspace.com/thechemistrysetuk

segunda-feira, 9 de março de 2009

"Sortie de Secours": MEEK!

Quando Meek nasceu, os Beatles já tinham se separado, os anos sessenta ficado pra trás e o sonho pop perdido o encanto. Demorariam quase 20 anos para que o francês de Montmorency, hoje vivendo em Paris, escrevesse sua primeira canção, uma peça em inglês já fruto de sua fixação pelos Beatles. Multiinstrumentista talentoso, Meek é um emissário das belas melodias de inspiração sixties. Além de fã confesso dos fab four, o artista se mira em Brian Wilson, Zombies, Simon & Garfunkel e compositores franceses como Julien Clerc, entre outros.

Seu quarto álbum, Sortie De Secours, traz uma coleção de canções pop lapidadas com extrema habilidade. Meek toca todas as guitarras, violões, pianos, teclados e faz as vozes – em 12 canções na língua pátria e três em inglês. Todas com evidente potencial de execução em rádios, mas que são limitadas de alcance mundial massivo quando cantadas em francês.

“Six Feet Under” é o primeiro single do álbum, com sua base vocal extremamente melódica e harmônica e batida de violão voluntariosa. “Le Gange Illuminé” é puro pop adornado por ‘uh-uh-uhs’ celestiais e bem cuidados arranjos orquestrais. “Alléluia Bimanie” vem com sua guitarra acústica de doze cordas, em andamento envolvente e melodia magnífica. A balada ao violão “Je Vous Parle De La Pluie Sur La Mer” segue a cartilha do mestre Paul McCartney e a linda “Troublemaker” traz a doce voz de Meek emoldurada por um clássico teclado Rhodes.

Pianos e vibrafones duelam com Telecasters e Stratocasters, sem resistir ao doce refrão em “Evaporée Charlotte Morphinique” e, a bela balada “You’ll Never Die Alone”, segue a cartilha pop dos Beatles. “Paris France” empolga na batida e na progressão de acordes do refrão; encerra Sortie de Secours, a beleza emocional do pop orquestral “Les Princes Morts”. E prova que a maestria pop de Meek tem o poder de arrebatar instantaneamente, mesmo que você só saiba duas palavras em francês.

www.meekintheweb.net
www.myspace.com/meekintheweb

quinta-feira, 5 de março de 2009

"Houses & Homes": THE BYE BYE BLACKBIRDS!

Como pássaros que vêm e vão, espalhando ao vento sementes e cantos, as referências também voam no tempo. “Bye Bye Blackbird” é uma canção de 1926, que virou um standard americano e que, provavelmente, foi o foco de homenagem deste quarteto de São Francisco. Houses & Homes é o primeiro álbum cheio dos Bye Bye Blackbirds – que estrearam em 2006 com o elogiado EP Honeymoon.

Bradley Skaught, William Duke, Ian Robertson e Lenny Gill preparam canções de fina ourivesaria pop, com arranjos delicados e melodias que empolgam ou fazem sonhar. A sonoridade da banda mescla o indie pop do Beulah com o power pop do Minus 5 e o folk rock dos Byrds. Uma profusão de guitarras acústicas e de doze cordas, mellotrons, tamborins e palmas.

Abre o disco um dedilhado nas doze cordas e uma batida up pra animar o salão em “The Ghosts Are Alright”. Harmonias vocais angelicais e melodia de sonhos, é o que oferece a adorável e doce “Shed The Skin”. O Riff macio e esperto, seguido por acordes climáticos em “In Stereo”, é adornado por suaves vocais harmônicos. Segue a beleza acústica e triste que remete sem escalas ao primordial Big Star, na preciosa “Edge Of Town”.

“Original Lights” traz embalo meio havaiano na batida e meio latino tropical nos trumpetes e, “It Only Costs A Dime”, cola imediatamente o refrão bubblegum no cérebro. A doçura e perfeição pop da belíssima “Leave A Light On”, nos deixa levar até onde as asas dos Bye Bye Blackbirds quiserem alcançar.

www.byebyeblackbirds.com
www.myspace.com/byebyeblackbirds

segunda-feira, 2 de março de 2009

"The 4th Italian": MIRACLE MAN & THE POP PROPHETS!

Abençoado seja aquele que suspende as leis naturais, prediz o futuro e se manisfesta em nome de Deus! Mas na verdade aqui o milagre não tem segredo, os profetas veneram o passado e a divindade é o pop. E o homem miraculoso é o italiano Omar Assadi, guitarrista da banda de Milão Radio Days , acompanhado dos profetas do pop Al, Ariel e Lennie.

Em seu EP de estréia, o Miracle Man traz músicas de bases acústicas ao piano, violão e algumas guitarras espetando aqui e ali. Canções inspiradas em Beatles e climas sixties, talhadas com extrema sensibilidade e artesanato pop. Ganchos imediatos e irresistíveis oferecidos em cinco magníficas peças sonoras.

A começar pelo piano da inspirada e emocional “Miss You”, que no crescendo da guitarra acústica e da melodia colante atinge em cheio a memória afetiva do ouvinte. “A Girl Like You”, e seus acordes contagiantes, já ganham o jogo antes mesmo da perfeição pop do refrão entrar em campo. E, se o milagre aqui não tem mesmo segredos, pelo menos a divindade pop iluminou Assadi em mais uma canção: “My Dreams Up The Ground”.

Se os profetas pop em The 4th Italian vislumbram o passado, a doce “Dream Girl” é uma visão purificadora dos anos 60 e, “Talk About You’, incorpora distorção à receita sem perder um milímetro da proficiência pop dos italianos. Agora, cá entre nós, se Omar Assadi estava nos dois melhores EPs do ano segundo o Power Pop Station, começo a me perguntar se esse homem realmente não tem escondido um kit de poderes secretos...

www.myspace.com/onemiracleman