A cada dia que passa tenho mais certeza: o melhor pop do mundo não está nas paradas de sucesso. Não toca nas rádios. Não aparece nas novelas. Não figura nas páginas das melhores revistas, nem nas listas de melhores do ano. Muito menos no cast dos principais festivais de música pelo mundo afora. Mas ele está vivo e forte, fluindo consistente das mentes criativas e talentosas de artistas desconhecidos do grande público e distantes do júbilo da fama e dinheiro. Talvez aí a explicação: música movida pela paixão, errando bolsos, atingindo corações.
Steve Eggers, cantor-compositor canadense de Toronto, é um destes artistas e externa seu talento criativo no projeto The Nines. O grupo, que funciona mais como Eggers + colaboradores, chega ao quarto álbum com este Gran Jukle’s Field e, provavelmente, ao seu ápice artístico. Colaboram aqui “famosos” do power pop, como William James do Bleu e Jason Falkner, o que acaba por conferir um certo padrão de qualidade ao álbum. Mas, que fique bem claro, não é a chancela destes artistas que confere a Gran Jukle’s o rótulo de obra prima do pop, e sim a maestria de Eggers. Que consegue condensar em 12 faixas o melhor que a pop music pôde produzir nos últimos 40 anos. E com perfeição: melodias ganchudas, harmonias celestiais, timbragens de voz e instrumentação magníficas e climas deliciosos e oníricos, que te levam a correr por imaginários campos dourados de trigo. O segredo aqui é a sensação de bem-estar e euforia gerada pelas canções. Como todo pop que se preze deveria ser.
“Insanity (The Sanest Thing You’ve Got)” já abre o disco golpeando melodicamente o mais insensível dos seres: batida ao piano, harmonizações angelicais na escola Jellyfish/E.L.O. e pop como todo beatlemaníaco aprecia. “Don’t Be A Fool” poderia ser uma composição de Paul McCartney executada com uma batida disco/pop e para ser dançada pela stripper que Eggers cerca em “Dance Just For Me”, que por sua vez soa próximo a uma balada do Weezer. Com refrão ultra-melódico, baseado em notas de piano, vem a energética “She Hijacked Me”, desaguando em seguida na maccartiana e de refrão a mil vozes, “Chantel Elizabeth”. A brillhante e hiper-pop “I Am Lost”, mescla a fase inicial e mais obscura do Bee Gees com a sua gloriosa era disco. “Virginia” mostra mais do artesanato pop de Eggers e “Safe” emula a fase surf dos Beach Boys: uma canção com gosto de praia e havaianas graciosas dançando o ula-ula.
Neste ponto você descobre porque veio a mundo e que não pode viver sem uma canção pop perfeita: “Monoty’s Song”. Até música tradicional americana de acento country - para ser tocada com banjo, para cowboy se segurar em cima do touro – Eggers transforma em gema pop, como "Find Our Way Back Home". Imagine então o que ele pode fazer com uma canção de amor... “Eileen” eleva aos céus os sentidos com acordes e melodia dos deuses. A faixa título encerra a coleção de pérolas, seguindo a linha das canções acústicas de Macca no primeiro terço, emenda uma turbinada grandiosa à la Jellyfish e chega ao topo com um chorus envolvente - onde você já começa a identificar a personalidade de Eggers entalhada em meio à profusão de referências.
E essa habilidade do canadense em utilizar suas melhores influências para moldar criativamente suas jóias pop e revelar a uma nova geração o melhor que o pop produziu nos 60 e 70, é o que confere a Gran Jukle’s Field o título de disco do ano.
Steve Eggers, cantor-compositor canadense de Toronto, é um destes artistas e externa seu talento criativo no projeto The Nines. O grupo, que funciona mais como Eggers + colaboradores, chega ao quarto álbum com este Gran Jukle’s Field e, provavelmente, ao seu ápice artístico. Colaboram aqui “famosos” do power pop, como William James do Bleu e Jason Falkner, o que acaba por conferir um certo padrão de qualidade ao álbum. Mas, que fique bem claro, não é a chancela destes artistas que confere a Gran Jukle’s o rótulo de obra prima do pop, e sim a maestria de Eggers. Que consegue condensar em 12 faixas o melhor que a pop music pôde produzir nos últimos 40 anos. E com perfeição: melodias ganchudas, harmonias celestiais, timbragens de voz e instrumentação magníficas e climas deliciosos e oníricos, que te levam a correr por imaginários campos dourados de trigo. O segredo aqui é a sensação de bem-estar e euforia gerada pelas canções. Como todo pop que se preze deveria ser.
“Insanity (The Sanest Thing You’ve Got)” já abre o disco golpeando melodicamente o mais insensível dos seres: batida ao piano, harmonizações angelicais na escola Jellyfish/E.L.O. e pop como todo beatlemaníaco aprecia. “Don’t Be A Fool” poderia ser uma composição de Paul McCartney executada com uma batida disco/pop e para ser dançada pela stripper que Eggers cerca em “Dance Just For Me”, que por sua vez soa próximo a uma balada do Weezer. Com refrão ultra-melódico, baseado em notas de piano, vem a energética “She Hijacked Me”, desaguando em seguida na maccartiana e de refrão a mil vozes, “Chantel Elizabeth”. A brillhante e hiper-pop “I Am Lost”, mescla a fase inicial e mais obscura do Bee Gees com a sua gloriosa era disco. “Virginia” mostra mais do artesanato pop de Eggers e “Safe” emula a fase surf dos Beach Boys: uma canção com gosto de praia e havaianas graciosas dançando o ula-ula.
Neste ponto você descobre porque veio a mundo e que não pode viver sem uma canção pop perfeita: “Monoty’s Song”. Até música tradicional americana de acento country - para ser tocada com banjo, para cowboy se segurar em cima do touro – Eggers transforma em gema pop, como "Find Our Way Back Home". Imagine então o que ele pode fazer com uma canção de amor... “Eileen” eleva aos céus os sentidos com acordes e melodia dos deuses. A faixa título encerra a coleção de pérolas, seguindo a linha das canções acústicas de Macca no primeiro terço, emenda uma turbinada grandiosa à la Jellyfish e chega ao topo com um chorus envolvente - onde você já começa a identificar a personalidade de Eggers entalhada em meio à profusão de referências.
E essa habilidade do canadense em utilizar suas melhores influências para moldar criativamente suas jóias pop e revelar a uma nova geração o melhor que o pop produziu nos 60 e 70, é o que confere a Gran Jukle’s Field o título de disco do ano.
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