terça-feira, 30 de outubro de 2007

"How I Won The War...": THE WELL WISHERS!


Artistas inquietos e prolíficos são “like a rolling stone”: não criam limo e não se contentam com um projeto único. Líder de uma das mais antigas e conhecidas bandas de São Francisco, o Spinning Jennies, Jeff Shelton criou seu projeto solo e pararelo, o The Well Wishers. Que com How I Won The War... chega a seu terceiro disco cheio. Shelton produziu o álbum e tocou todos os instrumentos, com exceção da bateria, a cargo de Nick Laquintano.

E o comandante Shelton não veio brincar: “Grey Skies Black” é o cartão de visitas com distorção no talo, riff nervoso, batida vigorosa e o contrapeso com vocal amigável, melodia sinuosa e bem tramada. “Seashells” é o clássico power pop pronto para as multidões, mas que só chega aos ouvidos de poucos privilegiados. A acústica “Merilee” lembra que às vezes o timbre vocal de Shelton pode remeter ao de Ken Stringfellow e “Hope Is Fading” nos lembra que riffs potentes de guitarras são par perfeito para ganchos melódicos. “After Dark” é co-autoria com o cantor-compositor e cineasta Chris Brown, que executa um belo, climático e denso piano. Paredes de guitarras erguem-se e tentam sufocar a voz com efeito de Shelton em “The Optimist”, que sobrevive até a melodia auto-adesiva de “I’m In Love (Slight Return)”.

A grande influência do Well Wishers fica transparente em “Broken Glass” e “Resistance Is Futile”: The Posies. Da harmonização vocal até a produção das canções, tudo remete à banda de Seattle. Mas em “It’s True What They Say About Girls”, a marca do compositor Shelton também aparece – o gosto por afiados riffs de guitarra, peso mastodôntico na distorção, amaciando com força inversamente proporcional nas vocalizações e melodias pop. A batida marcial de “Soldiering” marca a angústia, medo e solidão de um soldado em combate, antes da faixa bonus “Nostalgia”, da banda Chameleons UK.
How I Won The War... leva às últimas conseqüências a contraposição da virulência do rock com a acessibilidade do pop, entremeadas harmonicamente nas canções de Shelton. E sobe alguns degraus em relação do disco anterior, Under The Arrows.

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