Por Daniel Arêas
Após os modestos resultados comerciais do seu álbum homônimo de estréia, o Nazz iniciou as gravações do segundo disco, que a princípio seria duplo, auto-produzido e se chamaria Fungo Bat. Tensões começaram a surgir na banda naquele período. Thom Mooney e Stewkey vetaram parte do material composto, gravado e cantado por Todd Rundgren, que demonstrava uma forte influência da cantora e compositora norte-americana Laura Nyro, distante do garage rock psicodélico que predominava no álbum anterior. Com parte de seu trabalho sendo por fim excluído do disco, Rundgren decidiu então deixar a banda; Van Osten já tinha saído pouco antes. O disco acabou sendo lançado em abril de 1969 como álbum simples e chamado de Nazz Nazz.
Apesar de não ter sido lançado como originalmente foi concebido, Nazz Nazz é o melhor disco da curta carreira da banda e supera o anterior em virtualmente todos os quesitos, da produção às composições (todas assinadas por Todd Rundgren). De cara, as três primeiras canções (“Forget All About It”, “Not Wrong Long” e “Rain Rider”) soam como um aperfeiçoamento da estética que o Nazz perseguia no álbum anterior: são inequivocamente pop, catchy, mas tocadas com energia, urgência. The Who é uma referência que permeia boa parte do álbum, mas ela é mais evidente do que nunca na excepcional “Under The Ice”. A devoção de Rundgren aos Beatles se evidencia nas belas baladas “Gonna Cry Today” e “Letters Don’t Count”, assim como na ótima “Hang On Paul”. Fecha o disco a magnífica “A Beautiful Song”, um épico com quase doze minutos de duração que reunia todas as facetas e influências da banda.
O material que ficou de fora de Nazz Nazz seria lançado em 1970 – com Stewkey pondo sua voz em quase todas as canções cantadas por Todd Rundgren que haviam sido deixadas de lado – sob o título de Nazz III, quando a banda já tinha acabado. Se é verdade que Nazz III não tinha a força dos discos anteriores (embora estivesse longe de ser ruim), fica claro que o disco deve ser analisado em conjunto com Nazz Nazz, como partes de um único projeto – como era a idéia inicial. Há vários bons momentos no disco, mas quase todos eles apontam para o soft rock que Todd Rundgren iria explorar nos primeiros discos de sua carreira solo. E ironicamente, a única faixa em que o lead vocal de Rundgren foi mantido é exatamente a melhor canção do disco: “You Are My Window”, uma comovente balada piano e voz, adornada com orquestrações.
Por que uma banda, aparentemente tão promissora, durou apenas dois anos? Bem, existem algumas possíveis explicações para isso. Uma delas é a de que seu mais talentoso membro tinha ambições artísticas que extrapolavam os limites musicais da banda. Mas o legado do Nazz não é diminuído por sua curta existência. Ouvir seus discos ajuda a compreender o que aconteceu a partir da década de 70, quando inúmeras bandas buscaram inspiração na British Invasion e reinterpretaram os sons daquela época. Quem quiser comprovar isso basta ouvir Big Star, Badfinger, Raspberries, Cheap Trick e tantas outras.
Após os modestos resultados comerciais do seu álbum homônimo de estréia, o Nazz iniciou as gravações do segundo disco, que a princípio seria duplo, auto-produzido e se chamaria Fungo Bat. Tensões começaram a surgir na banda naquele período. Thom Mooney e Stewkey vetaram parte do material composto, gravado e cantado por Todd Rundgren, que demonstrava uma forte influência da cantora e compositora norte-americana Laura Nyro, distante do garage rock psicodélico que predominava no álbum anterior. Com parte de seu trabalho sendo por fim excluído do disco, Rundgren decidiu então deixar a banda; Van Osten já tinha saído pouco antes. O disco acabou sendo lançado em abril de 1969 como álbum simples e chamado de Nazz Nazz.
Apesar de não ter sido lançado como originalmente foi concebido, Nazz Nazz é o melhor disco da curta carreira da banda e supera o anterior em virtualmente todos os quesitos, da produção às composições (todas assinadas por Todd Rundgren). De cara, as três primeiras canções (“Forget All About It”, “Not Wrong Long” e “Rain Rider”) soam como um aperfeiçoamento da estética que o Nazz perseguia no álbum anterior: são inequivocamente pop, catchy, mas tocadas com energia, urgência. The Who é uma referência que permeia boa parte do álbum, mas ela é mais evidente do que nunca na excepcional “Under The Ice”. A devoção de Rundgren aos Beatles se evidencia nas belas baladas “Gonna Cry Today” e “Letters Don’t Count”, assim como na ótima “Hang On Paul”. Fecha o disco a magnífica “A Beautiful Song”, um épico com quase doze minutos de duração que reunia todas as facetas e influências da banda.
O material que ficou de fora de Nazz Nazz seria lançado em 1970 – com Stewkey pondo sua voz em quase todas as canções cantadas por Todd Rundgren que haviam sido deixadas de lado – sob o título de Nazz III, quando a banda já tinha acabado. Se é verdade que Nazz III não tinha a força dos discos anteriores (embora estivesse longe de ser ruim), fica claro que o disco deve ser analisado em conjunto com Nazz Nazz, como partes de um único projeto – como era a idéia inicial. Há vários bons momentos no disco, mas quase todos eles apontam para o soft rock que Todd Rundgren iria explorar nos primeiros discos de sua carreira solo. E ironicamente, a única faixa em que o lead vocal de Rundgren foi mantido é exatamente a melhor canção do disco: “You Are My Window”, uma comovente balada piano e voz, adornada com orquestrações.
Por que uma banda, aparentemente tão promissora, durou apenas dois anos? Bem, existem algumas possíveis explicações para isso. Uma delas é a de que seu mais talentoso membro tinha ambições artísticas que extrapolavam os limites musicais da banda. Mas o legado do Nazz não é diminuído por sua curta existência. Ouvir seus discos ajuda a compreender o que aconteceu a partir da década de 70, quando inúmeras bandas buscaram inspiração na British Invasion e reinterpretaram os sons daquela época. Quem quiser comprovar isso basta ouvir Big Star, Badfinger, Raspberries, Cheap Trick e tantas outras.
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