segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

"Popmonster": GREG POPE!

Das margens do rio Cumberland, ruge o álbum mais aclamado de 2008 no mundo power pop. Dizem que a unanimidade é burra, mas a força descomunal deste verdadeiro monstro pop mostrou que, à vezes, a unanimidade é inevitável. Fruto da mente de Greg Pope – líder da banda de Nashville Edmund’s Crown – Popmonster consegue um impressionante equilíbrio entre o poder vigoroso e sem firulas do rock com a delicadeza e o contágio imediato das melodias pop.

Pope tocou todos os instrumentos, fez todas as vozes e produziu sua cria, como ele diz, pessoalmente. Não se escondeu sob as cortinas da superprodução: pelo contrário, deixou que tudo soasse o mais natural e cru, de forma que as composições se sobressaíssem pela própria essência. E Greg Pope conseguiu que o álbum soasse... clássico! São chimbals chiando agressivos e concentrando energia contra vocais harmônicos dispersando a tensão; são guitarras cuspindo distorção contra melodias adoráveis que adesivam corações.

E assim abre o disco a flamejante e energética “Sky Burn Down”, que parece ter Keith Moon espancando a bateria com o Badfinger tocando à frente. “Lost My Friend” traz melodia clássica e guitarras rosnando aqui e ali. Pontuando com vibrafones, “Playing Nashville” se contrapõe na batida rápida e clima emocional do magnífico refrão. A belíssima power ballad “The Only Thing I’ve Got” poderia estar entre as pérolas eternas do Big Star. “Burden” realça as raízes americanas e a sensacional “All Day Long” é acústica e valvulada; suave e feroz, em partes iguais.

Voz, violão e bateria; teclados; harmonias vocais celestiais; refrão envolvente e melodia memorável: “Only One You”. Aqui é o meio do álbum, que vem sabiamente dividido em Lado A e... continuação do Lado A. Não há espaços para “Lados B”, só hit singles cabem aqui.“Little Things” oferece refrão sessentista contagiante; o baixo, a sonoridade das guitarras e a levada de “Magic Show” remete aos anos 80. “Reason With You” anima a festa com seu power pop infeccioso e, as raivosas “New Song” e a instrumental “Kickin’it”, despejam pura adrenalina rocker. A reflexiva “Backwards” fecha Popmonster, deixando a certeza que o rugido pop da criatura ainda vai assombrar muita gente por anos a fio nos quatro cantos do mundo.

http://gregpope.net/
www.myspace.com/edmundscrown

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