quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Man Overboard": J.P. CREGAN!

Os bons tempos estão de volta! Quer dizer, quando se trata de power pop, eles estão sempre por aí... mas existe uma época que, talvez por estar mais próxima, tem sido menos revisitada por bandas e artistas da nova geração. É a fase do power pop clássico, que vai de fins dos anos 70 até meados dos 80, onde tínhamos vigentes os reinados de Elvis Costello, Nick Lowe e Marshall Crenshaw, para citar os mais conhecidos. E são essas sonoridades que ouvimos, modernizadas, em Man Overboard, primeiro álbum solo do guitarrista do Parklane Twin J.P. Cregan.

O americano de Los Angeles - que também é colunista da ESPN, onde escreve sobre basquete – carrega no seu visual uma aura quase subliminar que remete a songwriters clássicos e geniais: os óculos de grau e armação quadrada de Cregan nos fazem lembrar de Buddy Holly e Elvis Costello. E a influência deste último é que salta mais aos ouvidos, principalmente no timbre vocal e modo de cantar – se você considerar o Costello de 30 anos atrás.

“Carolyn (The Pleadge Drive) abre Man Overboard na batida animada de um pub rock de bases fincadas em ambiências cinquenstistas. Piano pontuando, steel guitar miando no fundo, melodia doce e macia para “Count To Three”. “Barbara Is Strange” chega espreitando, harmoniza, com beleza, pontuais “ahahahs” depois capricha no andamento envolvente. “Atmosphere” tem algo de raiz e algo de pop sessentista e um pouco de charleston no refrão.

“Miss Highland Park” traz órgão, palminhas e batidas de violão encorpando a sonoridade, enquanto as guitarras aparecem em “Shouldn’t Take It So Hard”, sem tirar a maciez da canção. A climática “Winter Of ‘85” faz flutuar com seus coros vocais de beleza rara e de aura espiritual. A canção–título é uma balada acústica assombrada por notas de piano que sobem a escala musical em perfeita sincronia com o andamento da canção. A energética “The Underdog” fecha o álbum nos mostrando que as lentes de J.P Cregan não refletem apenas heróis do passado, mas enxergam onde se escondem todas as senhas do pop atemporal.

www.myspace.com/jpcregan

2 comentários:

Edson d'Aquino disse...

Desculpe-me discordar, Paulo, mas o power pop clássico cobre o período de fins dos 60/meados dos 70 com bandas como Badfinger, Big Star, Raspberries, Stories, etc e quando foi, inclusive, cunhado o termo. Em 70/80 houve o renascimento do gênero através da redescoberta da Big Star, principalmente.
Mas seu espaço tá show de bola e devidamente linkado no meu Gravetos & Berlotas.
[]ões e um ótimo fds

Paolo Miléa disse...

Edson, obrigado pelo comentário. Em fins dos anos 60 e início dos 70o termo power pop já havia sido cunhado, mas o estilo em si não existia como tal. Badfinger e Big Star apenas receberam o rótulo muito depois de terem acabado. É de conhecimento de qualquer power popper que a sonoridade considerada "clássica" do estilo é chamada de "skinny-tie power pop", que aparece em fins dos anos 70 e vai por quase todo os 80. Aí incluem-se bandas como The Romantics, 20/20, Plimsouls, The Secrets, Nick Gilder, The Records, Dwigth Twilley, Phil Seymor, Jack Lee, The Moberlys, The Roulettes, The Rubinoos, só pra citar algumas. A redescoberta do Big Star só deu nos anos 90, qdo principalmente REM, Posies e Teenage Fanclub passaram a declarar publicamente sua paixão pelo grupo.

E obrigado pelo link no teu blog!