quinta-feira, 9 de julho de 2009

"Brooklyn Is Love": CREAKY BOARDS!

Com a infinidade de incríveis bandas pop habitando o underground musical, sempre me perguntei se os monstros do mainstream, vez por outra, não renovavam suas desgastadas criatividades em ideias colhidas sorrateiramente na cena independente. E foi exatamente por uma suposição envolvendo plágio que o Creaky Boards ficou falado no mundo musical, um ano atrás. Andrew Hoepiner, a mente por trás dos Boards, acusou o Coldplay de ter roubado a melodia de “The Songs I Didn’t Write” para usar em “Viva La Vida” – o primeiro single do álbum novo dos ingleses

De fato as músicas são muito parecidas, mas, obviamente, Chris Martin negou que conhecesse previamente a canção de Hoepiner (que afirmou ter visto Martin em show do Creaky Boards no CMJ Festival de Nova Iorque em 2007). Não podemos afirmar se houve coincidência ou má fé, mas a verdade é que, a música do Creaky Boards é muito mais interessante que a do multiplatinado Coldplay. Sem falar na ironia ao revés do título – “As Canções Que Eu Não Escrevi” – na realidade uma homenagem ao mestre Brian Wilson.

O multiinstrumentista Andrew Hoepiner deixou seu Michigan natal, alguns anos atrás, para tentar a sorte em Nova Iorque, aonde chegou a tocar em estações de metrô. Contou com ajuda de diversos amigos para gravar Brooklyn Is Love, que, no fim das contas, soa como uma prova de amor a Brian Wilson e aos Beach Boys fase Pet Sounds. A polêmica e ótima “The Songs I Didn’t Write” abre o álbum com melodia emocional e vibrafones por toda parte. “Now I’m In The City” remete às faixas up dos já citados Beach Boys e “Brooklyn” traz profusão de trumpetes em clima circense/teatral e melodia ultra-envolvente.

Harmonias vocais celestiais e melodia adorável são embaladas com cuidado pelo clima sessentista em “Oh Just Be Silent”. “Lie To Me” é orquestral wilsoneana e, para animar a festa de salão, balançar as mãos e dançar charleston, “Before You Become Me Out”. A balada “I’m So Serious” regride aos anos cinquenta e, na bela “I’m Touching The Electric Fence”, Hoepiner fala de si mesmo enquanto toca notas ao piano. A climática e densa “SOS” encerra o álbum, delineada por um baixo e vibrafones. E antes que eu me esqueça: se você pretende comprar o novo do Coldplay, repense a ideia e invista seu dinheiro em “Brooklyn Is Love”. Prefira sempre o original.

www.creakyboards.com
www.myspace.com/creakyboards
http://www.youtube.com/watch?v=eUhFLiw6h6s
(vídeo para quem quiser comparar “The Songs I Didn’t Write” e “Viva La Vida”).

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